1- Análise Investigativa Criminal: FBI e o Criminal Profiling
Análise investigativa criminal da cena do crime é um dos pilares mais importantes das ciências forenses modernas. Entre os maiores responsáveis pela consolidação dessa prática está o FBI (Federal Bureau of Investigation), cuja atuação foi decisiva para o desenvolvimento do chamado criminal profiling — ou perfilamento criminal.

Análise investigativa criminal da cena do crime é um dos pilares mais importantes das ciências forenses modernas. Entre os maiores responsáveis pela consolidação dessa prática está o FBI (Federal Bureau of Investigation), cuja atuação foi decisiva para o desenvolvimento do chamado criminal profiling — ou perfilamento criminal.
Ainda que muitos dos métodos originais tenham sido revisados ao longo das décadas, a contribuição do FBI permanece fundamental. Os estudos iniciados nos anos 1960 moldaram não apenas a forma como se compreende o comportamento criminoso, mas também como as polícias do mundo inteiro aplicam técnicas para prever, identificar e capturar ofensores.
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Análise Investigativa: O Legado do FBI e a Arte do Criminal Profiling

No universo sombrio da investigação criminal, poucas ferramentas são tão fascinantes e cruciais quanto o criminal profiling, ou perfilamento criminal. Trata-se de uma disciplina que busca não apenas responder “quem cometeu o crime?”, mas mergulhar em uma questão mais profunda: “que tipo de pessoa faria isso?”. Para entender essa prática, é indispensável voltar no tempo e visitar os corredores da academia do FBI na década de 1960, onde dois agentes visionários, John Douglas e Robert Ressler, deram início a uma revolução que mudaria para sempre a forma como o mundo enxerga a mente criminosa.
O papel do FBI foi fundamental para consolidar o perfilamento criminal como a ciência que conhecemos hoje. Embora muitos dos conceitos estabelecidos naquela época tenham sido revistos e atualizados, a base deixada por Douglas e Ressler permanece como a pedra angular da psicologia investigativa moderna. Eles não foram apenas agentes; tornaram-se verdadeiras celebridades no panteão da criminologia, e é praticamente impossível estudar o tema sem encontrar seus nomes. Para quem deseja um mergulho profundo em seu trabalho, a série “Mindhunter” da Netflix oferece uma dramatização precisa e envolvente da criação da Unidade de Ciências Comportamentais (BSU – Behavior Science Unit) e de suas primeiras e arriscadas entrevistas com assassinos em série.
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Douglas e Ressler, como membros da BSU, tinham uma missão audaciosa: treinar agentes de polícia em todo o território norte-americano, compartilhando as descobertas que faziam ao estudar sistematicamente o comportamento dos criminosos mais perigosos. Em uma época em que a análise psicológica era vista com ceticismo, eles foram pioneiros. Ao entrevistarem dezenas de assassinos encarcerados, eles não buscavam confissões, mas padrões. E o que descobriram foi revolucionário: o comportamento de um criminoso durante o crime era um reflexo direto de sua personalidade e estilo de vida.
O nascimento do criminal profiling no FBI
O marco inicial ocorreu com a criação da Academia do FBI, em meados da década de 1960. Foi nesse contexto que agentes como John Douglas e Robert Ressler (a aula citou como Doblas e Hassler, mas os nomes consagrados historicamente são Douglas e Ressler) despontaram como pioneiros da análise de perfis criminais.
Esses agentes se tornaram referência global. É praticamente impossível encontrar literatura especializada ou séries documentais sobre criminal profiling sem citar o papel deles. Tanto que a popular série “Mindhunter” (Netflix) retrata justamente o início dessa trajetória — dramatizando entrevistas reais com serial killers que ajudaram a construir os primeiros padrões de comportamento.
Na época, a unidade responsável por essa revolução foi a Behavioral Science Unit (BSU), ou Unidade de Ciências do Comportamento, que tinha como missão treinar policiais em todo o território norte-americano e desenvolver protocolos baseados na análise psicológica dos criminosos.
Análise Investigativa e Tipologias do FBI: criminosos organizados e desorganizados
A contribuição mais famosa dos estudos iniciais do FBI foi a criação da tipologia de criminosos organizados e desorganizados, que buscava identificar padrões observados na cena do crime.
O objetivo dessa classificação era criar um modelo simples e de fácil aprendizagem. O FBI queria que investigadores locais, espalhados por todo o país, pudessem aplicar esses conhecimentos em seu dia a dia, sem depender da presença constante dos especialistas da BSU. A tipologia permitia criar uma imagem descritiva do agressor a partir das evidências deixadas na cena do crime.
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O criminoso organizado
Segundo o FBI, o ofensor organizado tende a ter uma vida metódica e estruturada. Essa ordem se reflete diretamente no crime: cenas limpas, planejamento detalhado e uso de contramedidas forenses para dificultar o trabalho policial.
Entre as características mais comuns desse perfil estão:
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- Inteligência e Manipulação: Geralmente são pessoas inteligentes, charmosas e manipuladoras. Eles não usam a força bruta como primeira opção, preferindo a sedução e o engano para atrair suas vítimas. Um exemplo clássico seria o criminoso que, em vez de arrastar a vítima para um carro, oferece uma carona, finge pedir uma informação e a convence a entrar no veículo por vontade própria.
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- Planejamento Meticuloso: Seus crimes são planejados nos mínimos detalhes. Eles pensam em como evitar a captura e frequentemente utilizam contramedidas forenses: usam luvas para não deixar impressões digitais, levam a arma do crime consigo, usam preservativos para não deixar vestígios de DNA e podem transportar o corpo da vítima para um local secundário, dificultando a investigação.
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- Controle da Vítima: O controle é uma necessidade. Eles podem levar cordas ou outros instrumentos de contenção e escolhem vítimas que consideram mais fáceis de subjugar, seja por meio de ameaças verbais ou pela vulnerabilidade percebida.
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- Perfil Social: Socialmente, são competentes. Podem ter concluído o ensino médio ou até uma faculdade, mantêm empregos estáveis e relacionamentos. Ninguém em seu círculo social suspeitaria de sua natureza sombria. Muitas vezes, a revelação de seus crimes causa choque e incredulidade entre amigos e familiares.
- “Souvenirs” do Crime: É comum que levem “troféus” da cena do crime — um objeto pessoal da vítima, como uma joia ou uma peça de roupa. Esses itens servem para que possam reviver o ato e a sensação de poder.
O criminoso organizado, muitas vezes, é descrito como alguém “invisível” para o círculo social: aparenta ser sociável, educado e até exemplar, o que choca amigos e familiares quando sua identidade criminosa vem à tona.
Exemplo de Criminoso Organizado: Ted Bundy
Ted Bundy, que aterrorizou os Estados Unidos na década de 1970, é o arquétipo do criminoso organizado.
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- Inteligência e Charme: Bundy era um estudante de direito e psicologia, considerado bonito, carismático e eloquente. Ele usava seu charme para ganhar a confiança de suas vítimas.
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- Método de Abordagem: Sua tática clássica era fingir estar ferido, usando uma tipóia ou muletas, e pedir ajuda a jovens mulheres para carregar livros ou colocar algo em seu carro (um Fusca bege). Quando elas se aproximavam para ajudar, ele as atacava.
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- Planejamento e Controle: Bundy planejava seus ataques meticulosamente. Ele viajava por vários estados, dificultando a conexão dos crimes. Ele mantinha um “kit de assassinato” em seu carro, com itens como algemas, cordas e máscaras.
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- Contramedidas Forenses: Ele transportava suas vítimas para locais secundários e isolados para cometer os crimes e depois se livrava dos corpos em áreas remotas, dificultando a descoberta e a coleta de provas.
- Perfil Social: Para o mundo exterior, Bundy era um jovem promissor. Ele chegou a trabalhar em uma linha de prevenção ao suicídio e esteve envolvido em campanhas políticas. Ninguém de seu convívio suspeitava de sua vida dupla.
O criminoso desorganizado
Em contraponto, o ofensor desorganizado age de maneira impulsiva, sem planejamento prévio. O resultado é uma cena de crime caótica, repleta de vestígios.
Entre suas principais características estão:
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- Ação Impulsiva: A cena do crime de um agressor desorganizado é exatamente o que o nome sugere: desordenada, descuidada e aleatória. Ele age por impulso, sem pensar nas consequências ou nos vestígios que está deixando para trás.
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- Violência Súbita: Por não possuir as habilidades sociais para seduzir ou manipular, ele recorre à força bruta. A abordagem é súbita e violenta, usando o elemento surpresa para dominar a vítima. A violência é extrema e muitas vezes excede o necessário para cometer o crime, podendo incluir mutilações para garantir o controle (ex: quebrar as pernas da vítima para que ela não fuja).
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- Conexão com o Local e a Vítima: Diferente do organizado, que busca vítimas desconhecidas e locais distantes, o desorganizado frequentemente ataca pessoas de seu convívio e em locais que frequenta (seu bairro, parques próximos, etc.). Isso ocorre porque seu “habitat natural” lhe confere uma sensação de segurança, mas, ironicamente, facilita sua identificação pela polícia.
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- Evidências Abundantes: A falta de planejamento e conhecimento sobre investigações faz com que ele deixe um rastro de evidências forenses: impressões digitais, cabelo, sangue e, não raro, a própria arma do crime. Não há tentativa de limpar a cena ou ocultar o corpo.
- Perfil Social: São pessoas com baixo nível intelectual, poucas habilidades sociais e, frequentemente, sexualmente incompetentes. Possuem empregos que não exigem qualificação e podem ter um histórico de instabilidade profissional. Geralmente moram sozinhos e não demonstram interesse em acompanhar a cobertura da mídia sobre seus crimes.
Esse perfil deixa rastros abundantes: impressões digitais, sangue, cabelos, armas. A ausência de planejamento faz com que as chances de captura sejam maiores.
Exemplo de Criminoso Desorganizado: Richard Chase
Conhecido como “O Vampiro de Sacramento”, Richard Chase é um exemplo claro de um criminoso desorganizado, cujos crimes foram marcados pelo caos e pela grave desordem mental.
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- Ação Impulsiva: Chase não selecionava suas vítimas com base em um tipo específico. Ele simplesmente tentava entrar em casas aleatórias e atacava quem encontrava em residências com as portas destrancadas.
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- Cena do Crime Caótica: As cenas de seus crimes eram extremamente perturbadoras e desordenadas, com evidências por toda parte. Ele não fazia nenhuma tentativa de limpar ou esconder o que havia feito.
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- Violência Extrema e Bizarra: Seus atos incluíam necrofilia e canibalismo, indicando uma grave desorganização psicológica e não um controle sádico e calculado como o de Bundy. A violência era excessiva e sem um propósito claro além da satisfação de seus delírios.
- Falta de Planejamento: Ele deixava um rastro claro para a polícia, incluindo impressões digitais e pegadas. A polícia conseguiu ligá-lo aos crimes com relativa facilidade devido à abundância de provas.
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- Perfil Social: Chase tinha um longo histórico de doenças mentais, tendo sido internado em instituições psiquiátricas. Era socialmente isolado, desempregado e vivia em condições precárias. Seu comportamento bizarro era conhecido por pessoas de seu convívio muito antes dos assassinatos.

Análise Investigativa e a Cena do crime como reflexo da mente criminosa
A ideia central defendida pelos agentes do FBI era a de que a cena do crime espelha a mente do criminoso. Em outras palavras, a maneira como o crime é executado fornece pistas sobre a personalidade, inteligência, habilidades sociais e até traumas de infância do autor.
Por exemplo, o uso de violência extrema para controlar a vítima pode indicar incapacidade de manipulação — algo típico do criminoso desorganizado. Já a limpeza obsessiva da cena aponta para comportamento meticuloso, associado ao criminoso organizado.
Essa leitura da cena tornou-se essencial para a investigação criminal moderna, auxiliando não apenas na resolução de casos, mas também na prevenção de novos crimes.
Do binário ao dimensional: evolução do método
Aqui reside um ponto crucial para a prática moderna do criminal profiling. Embora a distinção entre organizado e desorganizado seja uma ferramenta didática poderosa, a análise criminal contemporânea abandonou essa visão dicotômica. Hoje, os especialistas entendem que um criminoso raramente se encaixa 100% em uma única categoria.
Embora as tipologias de “organizado” e “desorganizado” tenham sido marcos fundamentais, a prática investigativa evoluiu. Hoje, especialistas não falam mais em categorias fixas, mas sim em níveis de organização e desorganização.
Um mesmo criminoso pode apresentar características de ambos os perfis. Por exemplo: agir de forma impulsiva (desorganizado) e, depois, limpar a cena do crime (organizado). Assim, o que antes era visto como uma dicotomia rígida, hoje é analisado de forma dimensional, permitindo maior precisão no perfilamento.
A abordagem moderna é dimensional, não mais categórica. Em vez de rotular um agressor como “organizado” ou “desorganizado”, os perfiladores analisam os níveis de organização e desorganização presentes na cena do crime. Um criminoso pode agir impulsivamente (característica desorganizada), mas, após o ato, tentar limpar a cena (característica organizada). Ele pode planejar o sequestro, mas perder o controle durante o cativeiro.
Essa visão em espectro permite uma análise muito mais rica e precisa. O trabalho não é mais encaixar o criminoso em uma caixa, mas sim entender a complexa mistura de comportamentos que ele exibiu. Os fundamentos estabelecidos por John Douglas e Robert Ressler continuam a ser o ponto de partida, mas a ciência evoluiu, reconhecendo que a mente humana, mesmo a mais criminosa, opera em tons de cinza.
O legado do FBI não está apenas na criação de uma tipologia, mas no ato de ensinar o mundo a ler as sombrias assinaturas que todo criminoso, intencionalmente ou não, deixa para trás.
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O impacto cultural e científico do FBI
Além da aplicação prática, o método do FBI teve impacto profundo na cultura popular e na formação de novas escolas de criminologia. Obras literárias, filmes e séries deram visibilidade ao trabalho da BSU, aproximando o público leigo da complexidade das investigações criminais.
Por outro lado, do ponto de vista acadêmico, o criminal profiling foi ampliado e revisado. Críticas apontaram a necessidade de bases empíricas mais sólidas, mas mesmo os críticos reconhecem que a contribuição inicial do FBI foi indispensável para que a ciência criminal chegasse ao ponto em que está hoje.
Análise Investigativa e a Evolução do Profiling: Outras Escolas e Métodos
O modelo do FBI, conhecido como Análise Investigativa Criminal (CIA – Criminal Investigative Analysis), foi pioneiro, mas não é o único. Com o tempo, outras abordagens surgiram, principalmente na Europa, oferecendo perspectivas diferentes.
A Psicologia Investigativa (IP – Investigative Psychology)
Desenvolvida no Reino Unido pelo psicólogo David Canter, essa abordagem é mais focada em modelos estatísticos e psicológicos do que na experiência de campo dos investigadores. Canter argumenta que o comportamento de um criminoso pode ser entendido através de princípios psicológicos universais.
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- Foco Principal: Em vez de classificar o criminoso em tipos (organizado/desorganizado), a IP busca identificar padrões de comportamento consistentes e relacioná-los a características demográficas e psicológicas do agressor.
Modelo de Canter: Ele propõe analisar o crime com base em cinco aspectos:
- Coerência Narrativa: Os criminosos tentam representar um papel ou fantasia durante o crime.
- Foco Principal: Em vez de classificar o criminoso em tipos (organizado/desorganizado), a IP busca identificar padrões de comportamento consistentes e relacioná-los a características demográficas e psicológicas do agressor.
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- Significância Interpessoal: O tipo de interação com a vítima (ex: violência impessoal vs. controle humilhante) revela como o agressor se relaciona com outras pessoas.
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- Características do Criminoso: A análise do comportamento no crime pode inferir características como idade, ocupação e histórico criminal.
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- Carreira Criminal: O comportamento pode indicar se o criminoso é experiente ou se está no início de sua “carreira”.
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- Coerência Forense: A consciência e a tentativa de enganar a polícia (ou a falta dela).
O Perfil Geográfico (Geographic Profiling)
Esta escola não se concentra no “porquê” ou no “como”, mas sim no “onde”. Desenvolvida por Kim Rossmo, essa técnica usa algoritmos e análise espacial para determinar a área mais provável onde um criminoso em série reside ou trabalha.
Princípio Central: A maioria dos criminosos comete seus crimes em uma “zona de conforto” ao redor de um ponto de ancoragem (casa, trabalho). A análise dos locais dos crimes pode revelar esse padrão geográfico.
Aplicação: O perfil geográfico gera mapas de probabilidade, destacando as áreas onde a polícia deve concentrar a vigilância, a investigação de suspeitos e a distribuição de informações. É uma ferramenta para otimizar recursos, não para identificar o culpado diretamente.
Essas abordagens não são mutuamente exclusivas. Hoje, um perfilador moderno pode combinar a análise comportamental do FBI, os modelos estatísticos da Psicologia Investigativa e os mapas de probabilidade do Perfil Geográfico para criar um retrato multifacetado e muito mais preciso do agressor.
Criminal profiling e o futuro das investigações
Atualmente, o perfilamento criminal combina a herança do FBI com novas tecnologias. Inteligência artificial, big data e análise genética trouxeram avanços significativos. No entanto, a lógica central permanece: a mente do criminoso pode ser revelada pela cena do crime.
Para investigadores, psicólogos forenses e profissionais da segurança pública, compreender as raízes desse método — desde as primeiras entrevistas realizadas por Douglas e Ressler até a sofisticação atual — é essencial para aprimorar práticas e salvar vidas.
A análise investigativa criminal é um campo em constante evolução, mas não se pode ignorar a importância histórica do FBI. Com suas tipologias de criminosos organizados e desorganizados, os agentes da BSU transformaram a maneira como o crime é interpretado.
A história do perfilamento criminal é a história de um campo que nasceu da necessidade, foi moldado pela ousadia de pioneiros como John E. Douglas e Robert Ressler e, por fim, amadureceu com o rigor da crítica acadêmica e o avanço da tecnologia. O trabalho seminal do FBI, embora com limitações reconhecidas, lançou as bases para uma nova era de investigação criminal, onde a psicologia e a análise comportamental se tornaram tão importantes quanto a evidência forense.
Apesar das críticas à rigidez da tipologia organizado/desorganizado, a sua relevância histórica é inegável. O modelo serviu como um ponto de partida crucial, um farol que permitiu aos investigadores começar a entender os padrões do comportamento humano mais sombrio. A evolução do modelo para uma abordagem dimensional, juntamente com o avanço tecnológico do ViCAP, demonstra a constante busca por maior precisão e aplicabilidade.
A ciência do perfilamento criminal é um campo em constante evolução. Seu objetivo final permanece inalterado: entender a mente do criminoso para proteger a sociedade. O legado de Douglas e Ressler é a prova de que, para desvendar os mistérios mais complexos, é preciso não apenas olhar para as pistas físicas, mas também para os padrões comportamentais que elas revelam. É uma jornada contínua para encontrar respostas no abismo da psique humana, uma jornada que o FBI, com seus primeiros passos, tornou possível.
Embora hoje o método seja mais sofisticado e menos rígido, a essência permanece: ler a cena do crime como um livro aberto sobre a mente criminosa. Essa abordagem continua sendo um dos instrumentos mais poderosos no combate à violência e na busca por justiça.
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