Psicologia Criminal

3- Assinatura Criminal

Assinatura Criminal: Como o FBI Decifrou a Identidade Psicológica dos Assassinos em Série

Assinatura Criminal – O universo da psicologia criminal sempre exerceu um fascínio que mistura mistério e ciência. O esforço de compreender o que move um criminoso, quais padrões ele repete e de que forma expressa sua identidade em um ato violento é parte essencial de uma investigação. Entre os conceitos mais relevantes para a criminologia moderna e para a psiquiatria forense estão três termos cunhados pelo FBI: modus operandi, assinatura e ritual.

Embora muitas vezes usados de forma equivocada no noticiário e até em discussões acadêmicas, esses conceitos possuem diferenças fundamentais que podem ser cruciais para desvendar um crime. Entender essa diferença é como aprender uma nova linguagem: apenas com precisão é possível nomear e interpretar corretamente o comportamento criminoso.

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O nascimento da investigação comportamental

A criação da Unidade de Ciências Comportamentais do FBI, nos anos 1970, marcou o início de uma nova era na investigação criminal. Nomes como John Douglas e Robert Ressler tornaram-se referência mundial ao desenvolver o chamado criminal profiling. Foi nesse contexto que surgiram conceitos fundamentais para diferenciar o que é parte necessária da execução de um crime e o que é uma expressão psicológica do criminoso.

Segundo Douglas, a dificuldade em campo é justamente a sutileza das diferenças entre modus operandi, ritual e assinatura. Não raro, até investigadores experientes confundem os termos. A chave para distinguir está sempre em uma única pergunta: qual é a motivação por trás daquele comportamento?


O que é a assinatura criminal?

De forma simples, a assinatura é um comportamento que vai além do necessário para cometer o crime. É uma marca, um vestígio psicológico, uma forma inconsciente — ou deliberada — de afirmar identidade.

O FBI define assinatura como o componente que revela aspectos psicológicos do criminoso. É aquilo que não tem função prática para o sucesso do crime, mas satisfaz uma necessidade emocional, simbólica ou até espiritual.

Imagine o caso de um assassino que deixa uma rosa ao lado de cada vítima. A flor não mata, não ajuda a ocultar o crime, não facilita a fuga. Mas é um gesto que revela algo íntimo: talvez um trauma, um desejo de reconhecimento ou uma compulsão ritualizada.


Quando a assinatura se confunde com o modus operandi

Um exemplo ajuda a compreender. Se o criminoso coloca uma rosa no corpo da vítima para tentar encobrir o

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cheiro de decomposição, essa conduta pode ser vista como parte do modus operandi, já que cumpre uma função prática: dificultar a descoberta do crime.

Se, ao contrário, a rosa é apenas um símbolo, sem utilidade direta, estamos diante de uma assinatura.

É nessa distinção que a psicologia criminal e a psiquiatria forense ganham espaço: interpretar se o comportamento nasce de uma necessidade funcional (modus operandi) ou de uma necessidade psicológica (assinatura).

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Assinatura como expressão do inconsciente

A assinatura é frequentemente interpretada como a forma de o criminoso reafirmar seu poder e controle sobre a vítima. Ela pode estar relacionada a traumas de infância, transtornos mentais ou crenças pessoais.

  • Em alguns casos, a assinatura é movida por narcisismo: o desejo de ser reconhecido, de deixar sua marca.

  • Em outros, pode ser guiada por crenças religiosas ou delírios psicóticos, em que o criminoso acredita que aquela conduta o redime ou cumpre uma missão.

  • Há ainda os casos em que a assinatura satisfaz uma necessidade sexual ou puramente emocional.

Assim, a assinatura não é apenas um detalhe excêntrico: é a janela para o mundo interno do criminoso.


Exemplos clássicos de assinatura

A literatura criminal está repleta de exemplos. John Douglas cita um assaltante de banco no Texas que obrigava reféns a se despirem, posar em posições sexuais e depois fotografava todos. Nada disso era necessário para o assalto. Pelo contrário, aumentava o risco de captura. Mas representava sua assinatura, sua forma particular de extrair satisfação psicológica do crime.

Outro exemplo são criminosos que colecionam itens pessoais das vítimas — joias, roupas íntimas, fotografias. Esses objetos funcionam como troféus e reforçam a ligação emocional ou psicológica com o ato. Ao mesmo tempo, expõem o criminoso, pois podem ser encontrados durante uma investigação.


A assinatura como elemento de conexão entre crimes

No Brasil, a ausência de um banco de dados genético robusto torna ainda mais relevante a análise comportamental. Muitas vezes, é a assinatura que conecta diferentes crimes, revelando que eles foram cometidos pelo mesmo indivíduo.

Esse vínculo pode ser crucial para traçar um padrão, construir um perfil e até antecipar novos movimentos do criminoso. No entanto, especialistas alertam: ao contrário do DNA, o comportamento pode ser copiado ou simulado. Por isso, a assinatura deve ser usada em conjunto com outras evidências.


A assinatura é estática

Um aspecto essencial: enquanto o modus operandi pode mudar ao longo do tempo — o criminoso aprende, aperfeiçoa métodos, adapta-se às circunstâncias —, a assinatura permanece estática.

Ela é expressão da psique do criminoso, um reflexo de suas compulsões e traumas. Pode acontecer de não conseguir realizá-la em determinado crime, mas sempre que possível, a assinatura voltará a aparecer.

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Implicações para a psiquiatria e a neurociência

Do ponto de vista da neurociência, a assinatura está associada a circuitos ligados à gratificação emocional, ao prazer e ao reforço comportamental. Áreas como o córtex pré-frontal, a amígdala e o núcleo accumbens desempenham papel fundamental no impulso de repetir padrões, mesmo que arriscados.

Já para a psiquiatria forense, a assinatura ajuda a revelar traços de transtornos de personalidade, como psicopatia, narcisismo patológico ou transtornos delirantes. Ela é a linha tênue que separa o criminoso comum do assassino em série que busca, inconscientemente, se expressar através do crime.

Compreender o conceito de assinatura criminal é fundamental para qualquer profissional das ciências criminais, da psicologia investigativa à psiquiatria forense. Mais do que um detalhe curioso, ela é um reflexo da mente do criminoso e um elo poderoso entre casos aparentemente desconectados.

Se o modus operandi revela como o crime é cometido, a assinatura mostra quem é o criminoso em sua essência psicológica. É a sua marca, sua identidade oculta, o traço que, ao final, pode ser decisivo para capturá-lo.

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