Psicologia Criminal

4- Assassinos em Massa

Assassinos em Massa: Perfis Psicocriminais, Padrões Comportamentais e Prevenção de Tragédias

Assassinos em Massa- Nos últimos anos, o Brasil tem sido palco de tragédias que antes pareciam distantes da nossa realidade: ataques em escolas, massacres em espaços públicos e crimes que vitimam inocentes de forma brutal e inesperada. Esses episódios não são isolados, eles fazem parte de uma categoria criminológica estudada mundialmente: os assassinos em massa.

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O que são Assassinos em Massa?

O termo “assassinato em massa” ou mass murder (na expressão americana) é utilizado quando um criminoso mata quatro ou mais pessoas em um único evento e em um mesmo local.

Para compreender a complexidade deste fenômeno, é fundamental, antes de tudo, estabelecer uma definição clara e técnica. O termo “assassino em massa” (ou mass murderer, na terminologia em inglês) não é uma mera classificação midiática, mas uma categoria específica dentro dos estudos criminológicos. A principal característica que define um assassinato em massa é quantitativa e contextual: a morte de quatro ou mais pessoas, excluindo o próprio autor do crime, em um único evento e em um mesmo local.

Esta definição, embora precisa, carrega nuances importantes. A expressão “mesmo evento” significa que os homicídios devem ocorrer em uma sequência ininterrupta de ações, dentro de um curto espaço de tempo. Não se trata de um criminoso que mata duas pessoas hoje e outras duas no mês seguinte. A ação é concentrada, um único surto de violência que se desenrola em um cenário específico, como uma escola, um cinema, um supermercado ou um local de trabalho.

É essa concentração espacial e temporal que o diferencia de outros perfis de múltiplos homicidas. O spree killer, por exemplo, também mata várias pessoas em um curto período, mas o faz em locais diferentes, sem um período de “resfriamento” emocional entre os crimes. Já o serial killer, talvez o mais conhecido no imaginário popular, comete seus crimes ao longo de semanas, meses ou até anos, com um intervalo significativo entre cada um, durante o qual ele retorna a uma aparente vida normal.

No caso do assassino em massa, o epicentro da violência é único. A escolha desse local, como veremos adiante, raramente é aleatória. Ela carrega um peso simbólico imenso para o agressor, transformando-se no palco de uma vingança distorcida contra a sociedade ou um grupo específico que, em sua mente perturbada, o rejeitou ou humilhou.

  • A morte de uma pessoa é considerada homicídio simples.
  • Duas vítimas configuram homicídio duplo.
  • Três vítimas, homicídio triplo.
  • A partir de quatro mortes simultâneas, no mesmo espaço e momento, enquadra-se como assassinato em massa.

Esse critério é essencial. Se um indivíduo mata duas pessoas em um dia e, semanas depois, retorna ao local para matar mais vítimas, não se caracteriza massacre. Da mesma forma, se mata em locais diferentes em sequência, já não é classificado como assassinato em massa, mas pode se enquadrar em outras categorias, como “spree killers”.


Perfil Psicológico dos assassinos em massa

Compreender o que se passa na mente de um assassino em massa é um dos maiores desafios para psicólogos, psiquiatras e criminologistas. Embora cada caso possua suas particularidades, a análise de diversos eventos ao redor do mundo permitiu traçar um perfil psicológico com características recorrentes. Longe de ser um monstro que surge do nada, o assassino em massa é, frequentemente, um indivíduo que vem se desintegrando psicologicamente ao longo do tempo, emitindo sinais que, infelizmente, muitas vezes não são captados.

O elemento central que parece impulsionar a maioria desses atos é um profundo e avassalador sentimento de vingança.Não se trata de uma vingança direcionada a um único indivíduo por um motivo específico, mas de uma retaliação difusa e grandiosa contra a sociedade, um grupo ou uma instituição que o agressor percebe como fonte de sua dor, humilhação e fracasso. Ele se sente injustiçado, marginalizado e desprezado. O massacre, em sua visão distorcida, é a única forma de fazer o mundo notar sua existência e seu sofrimento, de inverter a balança de poder e de punir aqueles que ele julga serem seus algozes.

A grande tragédia, e o que torna esses crimes tão aterrorizantes, é que as vítimas diretas raramente são as pessoas que causaram o sofrimento original do agressor. Um colega de trabalho que o assediava, os alunos que praticavam bullying anos atrás, a pessoa que o rejeitou afetivamente. Essas figuras podem ser o gatilho, mas a fúria se projeta de forma indiscriminada.

O local do massacre, como mencionado, assume um valor simbólico muito maior do que as pessoas que ali se encontram. A escola onde sofreu bullying, a empresa onde foi demitido, a cidade que ele sente que o excluiu. Ao atacar aquele lugar, ele ataca o símbolo de sua opressão. As vítimas tornam-se meras representações, avatares de seus verdadeiros alvos, que estão distantes no tempo e no espaço.

Um exemplo trágico e elucidativo dessa dinâmica foi o ataque a uma creche em Saudades, Santa Catarina. O agressor, um jovem de 18 anos, confessou que seu alvo original era a escola onde ele próprio havia estudado e sofrido bullying. No entanto, devido à pandemia de COVID-19, a escola estava fechada. Em sua busca por um alvo substituto, ele encontrou a creche, um local com crianças e professores, e ali descarregou sua fúria.

As crianças e a professora, vítimas inocentes, nada tinham a ver com sua história pessoal, mas ocupavam o espaço simbólico – a instituição de ensino – que ele precisava destruir. Este caso ilustra de forma contundente como o local é mais importante que a identidade das vítimas na lógica doentia do assassino em massa

Outro fator crucial frequentemente associado a esses crimes é a presença de transtornos mentais graves. Muitos assassinos em massa agem durante um surto psicótico, um estado de dissociação da realidade onde delírios e alucinações tomam o controle do pensamento e do comportamento. A esquizofrenia paranoide, por exemplo, é um diagnóstico comum em muitos desses casos.

O indivíduo pode ouvir vozes que o comandam a matar, pode acreditar estar em uma missão divina ou pode ter a convicção delirante de que está sendo perseguido e precisa se defender de uma conspiração imaginária. Nesses casos, o ato de matar é a consequência direta de uma realidade interna completamente fraturada.

No entanto, é crucial ressaltar que nem todo assassino em massa possui um diagnóstico psiquiátrico formal ou age em surto psicótico. Alguns planejadores de massacres demonstram uma frieza e um cálculo que não se encaixam no perfil do indivíduo em surto.

Nesses casos, a motivação pode estar mais ligada a ideologias extremistas, ao desejo de notoriedade ou a um transtorno de personalidade narcisista ou antissocial, onde a empatia é inexistente e a grandiosidade patológica busca uma afirmação através da violência. O massacre de Suzano, por exemplo, parece se encaixar mais neste segundo perfil: um ataque meticulosamente planejado por dois jovens imersos em fóruns de ódio na internet, buscando fama e infâmia através de um ato de violência extrema.

Independentemente da presença ou não de um surto psicótico, um traço comum é o isolamento social. O futuro agressor se afasta de amigos e familiares, mergulha em um mundo particular de fantasias de vingança, ressentimento e, muitas vezes, conteúdo violento online. Essa desconexão com a realidade social alimenta e valida seus pensamentos distorcidos, criando uma câmara de eco onde suas crenças mais sombrias são reforçadas sem contraponto. A internet, com seus nichos de extremismo e ódio, frequentemente se torna o principal, se não o único, espaço de socialização desses indivíduos, fornecendo a justificativa ideológica e o encorajamento para a passagem ao ato.

Finalmente, um padrão comportamental que se repete com uma frequência assustadora é o desfecho do ataque: o suicídio ou a morte em confronto com a polícia. Para muitos assassinos em massa, não há um plano de fuga. O massacre é um ato final, uma declaração de fim de linha.

 

Em suas mentes, a morte após o ato pode ser vista como um martírio, um sacrifício heroico em nome de sua causa distorcida, ou simplesmente a única saída para uma vida que eles consideram insuportável. Eles não pretendem ser presos, julgados ou passar o resto de seus dias em uma instituição. O ataque é a sua mensagem final ao mundo, e a própria morte é o ponto final dessa mensagem. Essa tendência suicida é um dos indicadores mais fortes do desespero e da perturbação profunda que caracterizam o perfil psicológico desses indivíduos. Estudos de criminologia e psicologia forense apontam alguns padrões recorrentes:

  • Local simbólico
    O ataque geralmente ocorre em lugares que têm um valor simbólico para o agressor, como a escola onde estudou, o local de trabalho, uma igreja ou um espaço público representativo.
  • Vítimas aleatórias
    Diferente de um homicídio direcionado, as vítimas não são necessariamente pessoas específicas que tenham causado algum dano ao agressor. Muitas vezes, elas apenas representam simbolicamente quem o rejeitou ou feriu no passado.
  • Transtornos mentais e surtos psicóticos
    Embora não seja regra, é comum que assassinos em massa apresentem transtornos psiquiátricos ou estejam em surto psicótico no momento do ataque, distorcendo a realidade e alimentando fantasias de vingança.
  • Fim anunciado: suicídio ou morte pela polícia
    A maioria não sobrevive ao próprio ataque. Eles se suicidam ou se deixam ser mortos pelas forças de segurança, numa espécie de ritual final em que buscam transformar-se em mártires.
  • Ligação com discursos extremistas
    Muitos compartilham visões radicais em comunidades virtuais, cultuam massacres passados e veem os autores desses crimes como heróis.

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Padrões Comportamentais dos Assassinos em Massa

A análise de dezenas de casos de assassinatos em massa ao redor do mundo revela uma série de padrões comportamentais que, como peças de um quebra-cabeça macabro, se repetem. Reconhecer esses padrões não é um exercício de futurologia, mas uma ferramenta crucial para a prevenção. São sinais, muitas vezes sutis, mas presentes, de que um indivíduo está em uma trajetória perigosa. A grande questão que a sociedade e os especialistas se colocam é: estamos capacitados para identificar esses sinais a tempo?

Um dos padrões mais consistentes é a aleatoriedade das vítimas. Diferente do serial killer, que possui um tipo de vítima específico (um “avatar” de seus alvos), o assassino em massa, em geral, não faz distinção. Seu objetivo é matar o maior número de pessoas possível no menor tempo. Crianças, adultos, homens, mulheres, de diferentes etnias ou classes sociais. Todos que estão no lugar errado, na hora errada, tornam-se alvos.

Existem exceções, como o atirador de Buffalo, nos EUA, que deliberadamente caçou e matou pessoas negras, ou casos em que o agressor poupa um gênero específico. No entanto, a regra geral é a indiscriminada projeção de ódio sobre qualquer um que cruze seu caminho. A vingança é contra o símbolo, e as pessoas são apenas o meio para atingi-lo.

Outro padrão comportamental marcante é a conexão com discursos e ideologias extremistas. A internet, como já mencionado, funciona como um catalisador para muitos desses indivíduos. Fóruns anônimos, grupos em redes sociais e manifestos online se tornam o terreno fértil onde o ressentimento individual encontra uma narrativa coletiva.

Ideologias de supremacia branca, misoginia (como os movimentos “incel” – celibatários involuntários), teorias da conspiração e niilismo radical fornecem uma estrutura e uma justificativa para a violência. O agressor deixa de se ver como um fracassado isolado e passa a se enxergar como um soldado em uma guerra, um mártir de uma causa maior. Essa adesão a uma ideologia é um passo perigoso, pois transforma a fantasia de vingança pessoal em um projeto político de destruição.

O anúncio prévio do ataque, seja de forma velada ou explícita, é outro sinal recorrente e trágico. Muitos assassinos em massa deixam um rastro digital de suas intenções. Postagens em redes sociais com fotos de armas, textos com ameaças, manifestos explicando suas motivações, e-mails enviados a amigos ou à imprensa.

O atirador de Realengo e os de Suzano, por exemplo, postaram fotos com as armas que usariam nos massacres. Essa necessidade de anunciar o ato está ligada ao desejo de notoriedade e de garantir que sua “mensagem” seja ouvida. Eles querem ser vistos, reconhecidos e, em sua lógica distorcida, compreendidos. A tragédia é que, muitas vezes, esses sinais são ignorados, desvalorizados como “brincadeiras” ou simplesmente não chegam às pessoas certas a tempo.

Finalmente, a vestimenta e a estética também surgem como um padrão. A inspiração no Massacre de Columbine, o primeiro grande massacre em uma escola que chocou o mundo em 1999, é notória. Os dois atiradores, Eric Harris e Dylan Klebold, usavam sobretudos pretos, que se tornaram um símbolo sombrio.

Muitos agressores posteriores, como o de Realengo, adotaram roupas pretas, coturnos e uma estética militarizada, em uma clara homenagem ou tentativa de emular seus “predecessores”. Essa escolha não é meramente estética; é uma forma de se identificar com uma “linhagem” de agressores, de se sentir parte de algo, reforçando a identidade de “justiceiro” ou “mártir” que eles constroem para si mesmos.


O Rastro da Tragédia

A sociedade brasileira, perplexa, tem se deparado com uma crescente e assustadora onda de violência que foge aos padrões convencionais da criminalidade urbana. São os chamados assassinatos em massa, eventos de fúria e destruição que deixam um rastro de luto e questionamentos.

De Realengo a Suzano, de Saudades às mais recentes e dolorosas ocorrências em escolas, o país busca respostas para entender o que leva um indivíduo a cometer atos de tamanha brutalidade. Este artigo, mergulhando nas profundezas da psicocriminologia, busca desvendar o perfil desses criminosos, os padrões comportamentais que os anunciam e as medidas que, como sociedade, podemos tomar para evitar que novas tragédias se repitam.

Casos emblemáticos no Brasil de Assassinos em Massa

O Massacre do Realengo (2011)

 

Assassinos em massa
Assassinos em massa – o massacre de Realengo

 

Em 7 de abril de 2011, Wellington Menezes de Oliveira, um ex-aluno de 23 anos, entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, e abriu fogo. Matou 12 adolescentes e feriu outros 22 antes de ser atingido por um policial e cometer suicídio.

O caso é um livro aberto sobre o perfil do assassino em massa. Wellington era um jovem isolado, que sofreu bullying intenso na época em que estudou na escola, especialmente por parte das meninas. Dez anos depois, ele retorna ao local simbólico de sua dor para executar sua vingança.

As vítimas, adolescentes que nada tinham a ver com sua história, eram a representação daqueles que o humilharam. Investigações posteriores revelaram que ele era um consumidor de discursos de ódio, apresentava traços de esquizofrenia e deixou um vídeo e cartas onde tentava justificar seu ato com uma mistura de frustração pessoal e fanatismo religioso distorcido.

O Massacre de Suzano (2019)

assassinos em massa - massacre de Suzano
assassinos em massa – massacre de Suzano

Oito anos depois, em 13 de março de 2019, a cena de horror se repetiu na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, São Paulo. Dois ex-alunos, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, mataram sete pessoas (cinco alunos e duas funcionárias) e feriram outras 11.

Antes de chegar à escola, eles já haviam assassinado o tio de Guilherme. Ao final do ataque, cercados pela polícia, Guilherme matou Luiz Henrique e depois se suicidou. Este caso se destaca pelo planejamento meticuloso e pela forte influência de comunidades online extremistas.

Os dois jovens eram frequentadores assíduos de fóruns na “deep web” que glorificam massacres. A motivação, embora menos clara que a de Wellington, parece ser uma mistura de busca por notoriedade, vingança genérica contra a instituição escolar e a adesão a uma subcultura de violência. A simetria das fotos postadas por eles e por Wellington Menezes antes dos crimes, ambos posando com armas, é um lembrete assustador de como esses padrões se repetem.

A tragédia em Blumenau (2023)

assassino em massa - o massacre de Blumenau
assassino em massa – o massacre de Blumenau

Um homem de 25 anos invadiu uma creche em Santa Catarina, matando quatro crianças com uma machadinha. O local não tinha relação direta com sua vida. No entanto, o ataque revelou novamente o simbolismo: destruir o que representa pureza e futuro.

Na manhã de 5 de abril de 2023, a cidade de Blumenau, em Santa Catarina, foi palco de uma das maiores tragédias envolvendo crianças no Brasil. Um homem de 25 anos invadiu uma creche particular com uma machadinha e atacou brutalmente os pequenos que estavam no local. O resultado foi devastador: quatro crianças com idades entre quatro e sete anos perderam a vida, e outras ficaram feridas. A ação rápida dos funcionários, que conseguiram conter parte do ataque e acionar as autoridades, evitou que a tragédia fosse ainda maior.

O caso gerou uma comoção nacional e levantou debates urgentes sobre a segurança nas escolas e instituições de ensino infantil. Pais, educadores e especialistas em segurança passaram a questionar como ambientes dedicados ao cuidado e à educação de crianças tão pequenas podem ser alvos de tamanha violência. Além disso, o episódio expôs a fragilidade dos mecanismos de proteção em locais que deveriam ser sinônimos de acolhimento e proteção.

As investigações apontaram que o agressor não tinha relação direta com a instituição, mas apresentava histórico de comportamento violento. Após o ataque, ele se entregou à polícia, sem demonstrar arrependimento. Para psicólogos e criminologistas, o episódio de Blumenau reforça o padrão já identificado em outros massacres: o simbolismo do local escolhido, a aleatoriedade das vítimas e o desejo de provocar comoção. A tragédia se tornou um marco doloroso na história recente do país, reabrindo discussões sobre políticas públicas de prevenção, saúde mental e proteção infantil.


Inspiração internacional: Columbine e além

O Massacre de Columbine (1999), nos Estados Unidos, é considerado o marco simbólico dos assassinatos em massa em escolas. Os autores, Eric Harris e Dylan Klebold, mataram 12 colegas e um professor antes de cometerem suicídio.

Esse evento serviu como inspiração para diversos outros massacres ao redor do mundo. Detalhes como roupas pretas, vídeos gravados antes do ataque e até poses em fotos foram replicados por outros criminosos. Trata-se de um fenômeno de contágio criminal.

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Psicologia e psiquiatria: o que está por trás?

Embora cada caso tenha suas particularidades, especialistas apontam alguns elementos centrais no perfil dos assassinos em massa:

  • Transtornos psicóticos: esquizofrenia e delírios persecutórios.

  • Transtornos de personalidade: especialmente antissocial e borderline.

  • Fantasias de vingança: alimentadas por frustrações acumuladas.

  • Sentimento de isolamento social: dificuldade em estabelecer vínculos e integrar-se à sociedade.

  • Busca por notoriedade: desejo de ser lembrado, ainda que pela destruição.


A influência da internet e dos discursos extremistas

As redes sociais e fóruns da chamada “dark web” têm se tornado espaços de radicalização. Em comunidades virtuais, jovens encontram encorajamento, compartilham manuais de ataque, discutem armamentos e até prestam culto a autores de massacres anteriores.

Esse fenômeno cria um ciclo de validação: o agressor encontra sentido para sua dor em grupos que exaltam o ódio, transformando seu sofrimento em combustível para a violência.


Diferença entre assassinos em massa e outros perfis criminais

É comum confundir os assassinos em massa com outros tipos de criminosos estudados pelo FBI. Mas existem diferenças importantes:

  • Serial killers: matam ao longo do tempo, com períodos de “descanso” entre os crimes.

  • Spree killers: matam várias pessoas em diferentes locais e em sequência, sem intervalo significativo.

  • Mass killers: matam quatro ou mais pessoas em um único local e momento.


Prevenção: é possível evitar massacres?

Especialistas concordam: embora seja difícil prever exatamente quando um massacre acontecerá, é possível identificar sinais de alerta.

  1. Comportamentos obsessivos: fixação por armas, massacres ou discursos de ódio.

  2. Isolamento social extremo: ruptura com familiares e amigos.

  3. Ameaças explícitas em redes sociais: muitos autores anunciam seus planos.

  4. Mudanças de comportamento: queda no desempenho escolar, agressividade súbita, explosões emocionais.

  5. Sinais de sofrimento mental: delírios, falas persecutórias, despersonalização.


O papel da escola e da sociedade

As instituições de ensino desempenham papel central na prevenção. Professores, coordenadores e psicólogos escolares precisam ser capacitados para identificar comportamentos de risco. Além disso:

  • Investimento em saúde mental: acesso a psicoterapia e psiquiatria.

  • Programas de combate ao bullying: prevenir rejeições que se transformam em fantasias de vingança.

  • Educação digital: ensinar jovens a reconhecer e evitar comunidades de ódio online.

  • Integração entre segurança e educação: protocolos claros de ação diante de ameaças.

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Os assassinos em massa representam um dos perfis criminais mais letais e temidos do século XXI. Sua motivação mistura dor pessoal, transtornos mentais e influência de discursos extremistas. No Brasil, os casos de Realengo, Suzano e Blumenau mostram que essa realidade já faz parte do nosso cotidiano.

Os assassinos em massa são um sintoma de uma sociedade doente. São o grito desesperado de indivíduos que se sentem esmagados, invisíveis e sem esperança, e que, em sua dor e perturbação, decidem levar o máximo de pessoas consigo para o abismo. Entender o perfil psicocriminal desses agressores, os padrões que eles seguem e os gatilhos que os impulsionam não é uma forma de justificá-los, mas de nos armarmos com o conhecimento necessário para agir.

A prevenção de futuras tragédias não virá de muros mais altos ou de mais armas, mas de pontes mais fortes: pontes entre alunos e professores, entre a escola e a família, entre a sociedade e seus indivíduos mais vulneráveis, entre o sofrimento psíquico e o tratamento adequado.

O estudo da psicocriminologia nos oferece um mapa do labirinto da violência. Cabe a nós, como sociedade, usar esse mapa para encontrar a saída, antes que o próximo monstro bata à nossa porta. E ele não virá de longe; ele já está entre nós, pedindo ajuda da forma mais silenciosa e, ao mesmo tempo, mais ensurdecedora possível.

Estudar os padrões comportamentais e psicocriminais não é apenas uma tarefa acadêmica. É uma necessidade urgente para salvar vidas. A prevenção começa no reconhecimento dos sinais e na ação coordenada de famílias, escolas, profissionais de saúde mental e autoridades de segurança.

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Análise profunda sobre o perfil psicocriminal dos assassinos em massa no Brasil. Entenda os padrões comportamentais, casos como Realengo e Suzano, e medidas preventivas baseadas em estudos especializados.

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