1- Saul Alinsky – O demônio que pisou na terra
Saul Alinsky defendia que organização e poder são a mesma coisa.

Saul Alinsky: “Organização e poder: uma única coisa. A mudança vem do poder e o poder vem da organização. Para agir, as pessoas precisam se juntar. O poder é a razão de ser uma organização. Quando as pessoas entram em acordo sobre certas idéias religiosas e querem o poder para propagar sua fé, elas se organizam e chamam a isso ‘uma igreja’. Quando as pessoas entram em acordo sobre certas idéias políticas e querem o poder para colocá-las em prática, elas se organizam e chamam a isso ‘um partido’”.
Em meados do século XIX, “um espectro rondava a Europa”, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o “Manifesto do Partido Comunista”, esse espectro do mal que vinha disfarçado de defesa de uma sociedade justa, pregava em sua pobre análise da sociedade que tudo resumia-se na história da humanidade como a luta de classes. Mais que criar um modelo, seus autores criaram uma forma de engessar a liberdade humana de livre determinação e escolha, o importante era derrubar os exploradores e suas formas de governo e impor, mesmo que de maneira violenta, a “Ditadura do Proletariado”.
Menos de 40 anos depois da morte de Karl Marx em 1922, após uma sangrenta guerra civil, os bolcheviques implantaram na Rússia sua ditadura vermelha comunista, demonstrando em pouco tempo que a luta de classes foi mero pretexto de alienação e manobra de uma massa ignorante e empobrecida que conduziram ao poder um regime brutal e assassino de seu próprio povo.
A manutenção do regime se dava através do fim das liberdades individuais e do controle e repressão violenta do Estado sobre a vida das pessoas.
Em 1956, durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), o então secretário geral Nikita Khrushchov em um discurso de 5 horas responsabilizou seu antecessor e ditador genocida Josef Stalin por milhões de mortes (aproximadamente 10 milhões durante 26 anos de repressão stalinista), mais chocante foram as formas sistemáticas de brutalidade assassina; como torturas e execuções de opositores, intolerância de todas as formas e repressão violenta a qualquer indício de luta por liberdade.
Com essas denúncias, logicamente, esperavam-se mudanças no regime soviético e foi o que aconteceu, logo aprenderam a esconder do mundo livre qualquer indício do que acontecia do outro lado da “Cortina de Ferro”. Até 1991, com a queda da U.R.S.S, estima-se que mais de 20 milhões de soviéticos morreram sob a égide do PCUS.
A China Comunista é outro grande exemplo da sede sanguinária do comunismo. Usando o mesmo modelo da luta de classes, chegaram ao poder iludindo o povo pobre e derrubando através de guerra o governo vigente.
Sob o governo despótico genocida de Mao Tsé Tung (1949 – 1976) a China alcançou a incrível e abominável marca de aproximadamente 60 milhões de mortes que vão desde a repressão brutal do regime até a completa fome da população, como no caso da “Grande Fome” (1958 – 1961), gerada pela política econômica desastrosa maoísta, acarretando aproximadamente 17 milhões de mortos.
Poderíamos citar na história do comunismo durante o século XX todo o genocídio causado pelos governos que adotaram esse regime, seria uma grande lista baseada em farta documentação historiográfica de número de mortos, como nos casos da URSS e China.
O importante é estabelecer que o comunismo a partir do do século XX passou por revisões e inovações, intelectuais marxistas nas universidades não tinham como negar as atrocidades dos regimes comunistas, por isso, foi preciso repensar e remodelar o velho e arcaico modelo da luta de classes para uma nova realidade baseada na sociedade de consumo e poder dos meios de comunicação de massa.
Neste sentido, destaca-se a partir de 1924, a Escola de Frankfurt onde seus pensadores, através da “Teoria Crítica”, reformularam as teses marxistas, a luta de classes deu lugar à “dialética negativa” e ao “Materialismo dialético”. O importante para a imposição do comunismo passou a ser a destruição total da sociedade e dos valores democráticos e capitalistas, para que dos escombros surgisse o comunismo como força redentora. Na prática, tratava-se de uma estratégia que visa a destruir nas futuras gerações quaisquer princípios, valores e costumes de uma sociedade capitalista, com essa destruição o comunismo se apresentaria como a solução única e hegemônica de todos os males.
LEIA TAMBÉM:
Karl marx e o diabo
Foro de São Paulo e a Pátria Grande
Ponerologia: Psicopatas no Poder
Che Guevara – A máquina de matar
Na década de 1930, o marxista italiano Antônio Gramsci revisou as teorias marxistas da luta de classes e dos frankfurtianos através da “Guerra Cultural”, como forma e perfeito encaixe ao novo “modus operandi”. Propôs uma forma concreta da assimilação do ideário comunista por “osmose”, ou seja, a introdução de elementos comunistas gradativos no inconsciente coletivo e a ocupação dos espaços na estrutura social e de poder por meio de membros disseminadores destes propósitos marxistas.
Os mecanismos férteis e altamente transmutáveis do comunismo chegaram ao final do século XX com requintes de manipulação e escaramuças metodologicamente aperfeiçoadas.
Partidos Sociais Democráticos ditos de centro esquerda surgiram em diversas democracias como forma disfarçada de preparar o terreno para a chegada de partidos comunistas radicais e explícitos (Teatro das Tesouras), grupos aquartelados no chamado 3º Setor, como “Ongs” e movimentos de defesa de pautas supostamente justas (Feminismo, Movimento Negro, Liberação de Drogas, Aborto) nada mais são do que organismos comunistas, arrebanhadores de novos alienados sob a bandeira de suposta luta contra a injustiça social, cumprindo fielmente sua função de destruir valores e causar o caos, pavimentando o caminho do Comunismo ao poder.
O ideólogo norte-americano Saul Alinsky (década de 1970) ditou a nova forma de agir destes grupos supostamente injustiçados, propôs a inexistência de qualquer ética e moral para se atingir os objetivos desejados, seria uma espécie de “guerra de todos contra todos” (Thomas Hobbes), onde o homem deve se colocar em estado selvagem para destruir qualquer tipo de ordem estabelecida. Podemos ver exemplos desta estratégia em movimentos como BLM (Black Lives Matter) e Antifas, que são as linhas de frente atual da alienação total do rebanho comunista em nível global.
A história das transformações políticas e sociais do século XX e XXI passa por figuras centrais que moldaram movimentos e ideologias. Entre essas figuras estão Saul Alinsky e George Soros, cada um, à sua maneira, promovendo mudanças que reverberam até hoje. A relação entre ambos não é direta, mas a interseção de suas ideias e financiamentos cria um efeito dominó, cujas consequências impactam significativamente as sociedades ocidentais.
Saul Alinsky: O Estrategista da Guerrilha Política
Saul Alinsky é um completo desconhecido pela maioria das pessoas e quase desconhecido pelos próprios esquerdistas, isto se deve ao fato dele ter escolhido agir nas “sombras”, ou seja, nos bastidores da agitação política. Passados quase 50 anos da sua morte, é o maior influenciador do Partido Democrata norte americano e mentor de Barack Obama e Hillary Clinton. Seu livro, que compila todas as suas estratégias de ação chama-se: “Regras para Radicais: um guia pragmático para radicais realistas” é um trabalho de um autor altamente perspicaz e inteligente do ponto de vista político. Sua leitura é imprescindível para todos que desejam compreender as manipulações orquestradas por movimentos políticos radicais de esquerda até os nossos dias.
Nos anos 1960 e 1970, Saul Alinsky emergiu como um dos principais arquitetos da Nova Esquerda nos Estados Unidos. Autor do influente Rules for Radicals, Saul Alinsky elaborou um manual de táticas de infiltração e desestabilização institucional, ensinando ativistas a se apropriarem das estruturas políticas para promoverem mudanças profundas na sociedade. Seu pensamento influenciou figuras proeminentes da política americana, incluindo Hillary Clinton, que escreveu sua tese universitária sobre ele, e Barack Obama, que estudou e implementou suas estratégias em sua trajetória política.
Saul Alinsky via o sistema político como um campo de batalha, onde o radicalismo deveria ser utilizado para redesenhar as regras do jogo. Seu objetivo era minar as instituições tradicionais, redefinir os conceitos de justiça social e empoderar movimentos que questionassem as estruturas existentes. Em seu livro, ele destaca que “o fim justifica os meios”, e sua influência pode ser vista até hoje em estratégias políticas contemporâneas.
A palavra ‘revolucionário’ define a personalidade de Saul Alinsky, que não era comunista e não acreditava na forma que o marxismo pretendia ser aplicado, mas concordava com todos os preceitos filosóficos e políticos pregado por essa ideologia demoníaca: ódio ao sistema capitalista, aos valores tradicionais, à família e às raízes judaico-cristã – embora ele seja judeu.
De acordo com o livro: “Os EUA e o Partido das Sombras”, Saul Alinsky, não dividia as ‘classes sociais’, separando a sociedade entre opressores e oprimidos, mas sim em grupos de poder. Quem tem poder e quem não tem.
Paulo Henrique Araújo e Ivan Kleber da Fonseca, autores do livro supracitado, destacam a dedicatória da bíblia para os revolucionários – Regras para radicais -: “Devemos olhar para o passado e dar crédito ao primeiro radical de verdade, o primeiro radical conhecido pelo homem, que se rebelou contra o sistema, e que fez de forma tão eficaz que, pelo menos, conseguiu seu próprio reino: Lúcifer”.
O livro ainda traz os três campos de atuação de Saul Alinsky: desinformação, justificação dos meios pelos fins e, por último, a destruição do oponente.
LEIA TAMBÉM:
Karl marx e o diabo
Foro de São Paulo e a Pátria Grande
Ponerologia: Psicopatas no Poder
Che Guevara – A máquina de matar
Judeus não contam – o antissemitismo moderno
Vida, influência e ativismo
Saul Alinsky, nasceu em Chicago, em 30 de janeiro de 1909. Filho de imigrantes judeus ortodoxos russos (Benjamin e Sarah Alinsky). Formou-se como bacharel em Filosofia pela Universidade de Chicago, onde se especializou em arqueologia. Trabalhou como criminologista. Casou-se ao longo de sua vida três vezes. Seus planos para se tornar um arqueólogo profissional foram alterados devido à corrente depressão econômica nos EUA, em 1929.
Identificava-se como um organizador de comunidades. Suas habilidades organizacionais focaram-se nas condições de vida e violência de comunidades pobres dos Estados Unidos. Na década de 1950, Saul Alinsky voltou sua atenção para os guetos afro-americanos, começando por Chicago – porém mais tarde trabalhou em outros guetos localizados na Califórnia, Michigan e Nova Iorque.
Suas ideias foram usadas ainda na década de 1960 por alguns estudantes universitários norte-americanos e outros organizadores da contracultura da época, como parte de suas estratégias para formar organizações nos campus universitários e em outras entidades.
Um artigo da Revista Time publicado em 1970 avaliou que “não seria um exagero argumentar que a democracia americana vem sendo alterada pelas ideias de Saul Alinsky”.
Enquanto diversos pensadores das questões sociais se dedicaram a encontrarem soluções para as mazelas da sociedade, Saul Alinsky, ao contrário, não pretendia elaborar um texto para ensinar as pessoas a reformar a estrutura ou ao menos melhorá-la, mas sim, para derrubá-la. Além disso, suas táticas são voltadas para organizações civis e organizações populares.
Para Saul Alinsky a Ética e a Moral simplesmente não existem e não devem existir em nenhuma esfera da política, para se ter uma ideia comparativa, diversos filósofos até viam uma separação da Ética e da Moral entre as questões políticas, porém não em todos os momentos, por exemplo, Nicolau Maquiavel. Saul Alinsky prega um total relativismo moral e uma ação sem freios, que na prática pode ser entendida como: “faça o que tiver de ser feito, não importa o que seja!” Ele nega a ética e a moral e as transforma em um instrumento hipócrita para poder conduzir as massas, para apresentar razões falsas, moralmente falsas, como motivações para “manipular” as pessoas, para atingi-las emocionalmente, legitimando assim o agir revolucionário. O que importa é manipular e impulsionar as massas para a ação desejada.
Em seu “manifesto” deixa muito claro seu ódio pela classe média, observada por ele, nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e início de 1970, todavia, admite que as fileiras de revolucionários são compostas basicamente de indivíduos oriundos dessa classe, indicando portanto, que o crescimento da classe média a torna agora o principal alvo como “massa de manobrável” e que seria preciso entender seus desejos, seus medos, suas ambições mais íntimas e profundas para poder criar falsamente uma aproximação da causa revolucionária, atraindo os componentes dessa parcela da população para o movimento, incitando o idealismo revolucionário de transformação do mundo como uma atitude positiva e ao mesmo tempo contraditória, levando-os a crer que ou aderem à revolução ou perderão a razão de existir, seus valores, princípios e modo de vida. A manipulação direta da classe média para obter sua radicalização apenas como um mero instrumento, sem nenhuma consideração ou reconhecimento dela, apenas desprezo e indiferença, como peões num jogo de xadrez.
Suas ideias de manipulação das massas de manobra demonstram sua absoluta frieza e relativismo moral, sua indiferença perante o fato de ter de matar, enganar, mentir, fingir etc.
Percebe muito bem o abismo entre a realidade e o ideal e aponta com propriedade esse abismo. Seu absoluto desprezo pela verdade, pela honestidade, inclusive intelectual e moral é gritante e abjeta.
Propõe não enfrentamento direto do sistema, mas sim, penetrar nele por vias usuais e implodi-lo por dentro.
Seu livro trata-se de Política pura em termos de conquista do Poder a qualquer custo. Portanto, pode sua obra e autor serem acusados de tudo, menos de serem ineficientes para os fins a que se propõem.
Saul Alinsky é pouco conhecido, mas muito citado por conta de suas táticas não-violentas voltadas à “arte” de organizar comunidades com o intuito de promover mudanças sociais. Na publicação em questão, o autor apresenta uma lista de 13 regras que representariam seu legado duradouro.
Tais regras de Saul Alinsky podem ser classificadas como “táticas de confronto”, e são projetadas para derrotar seus oponentes através de resistência não violenta, porém, friamente imoral baseando-se nas diversas campanhas de sucesso que ele promoveu ao longo dos anos nas comunidades que “manipulava”
O livro (Tratado para radicais) conta com a menção à Lúcifer, como sendo o primeiro radical das lendas – um indivíduo que se rebelou contra o establishment e conquistou seu próprio reino. Saul Alinsky inspira-se no modelo de Lúcifer, propondo com seus ensinamentos ativistas o inferno na Terra.
Saul Alinsky morreu com 63 anos, vítima de um ataque cardíaco, em 12 de junho de 1972, na Califórnia. Foi cremado na mesma cidade e teve suas cinzas enviadas ao cemitério Mt. Mayriv, em Chicago.
Linguagem e postura
Saul faz uso da linguagem para enganar. Por exemplo: ao invés de dizer “liberação do aborto”, os revolucionários falam: “direito reprodutivo da mulher”. A segunda frase se torna mais palatável para a classe média, principalmente. Um dos seus princípios fundamentais é a mentira.
O mentor dos revolucionários alerta que, para ser ouvido, é preciso trajar ternos, barba feita, com uma aparência e postura atrativa e limpa.
Ele também era contrário a manifestações barulhentas e agressivas, pois as únicas coisas que conseguiam eram ser expulsos dos locais e afastar os moderados.
Divisão
Saul Alinsky não se limita à divisão entre os que ‘têm’ e os que ‘não tem’, e afirma que a classe média – classe que precisa ser dominada -, é uma classe de ‘aqueles que têm pouco e querem ter mais’.
Classe média
Os revolucionários não conseguem dominar a classe média pois, mesmo sem ter profundo conhecimento ou atuação política, o sujeito está disposto a trabalhar e consegue prosperar.
Base da Revolução
Para enfrentar alguns obstáculos, os comunistas começaram atraindo as pessoas que vivem a margem da sociedade, como: bandidos, viciados, prostitutas e outros tipos que não são aceitos pela sociedade produtiva. Já Saul Alinsky defendia a ideia de subverter os que têm pouco e querem mais, recorrendo à corrupção da linguagem.
O primeiro recado de Saul Alinsky, é a importância da comunicação. O segundo é que não há outro caminho senão trabalhar por dentro do sistema. E o terceiro é ressalta a importância de se conquistar o poder. “Não há nada mais importante do que conquistar o poder”.
O revolucionário
Para Saul, é urgente que o revolucionário esteja sempre alerta, em estado de guerra e preparado para a guerra. Ele tem que ver a política como religião e, assim, tendo vantagem em cima dos conservadores.
Dominar os sindicatos, a educação e as redações de jornais eram imprescindíveis.
Um dos conselhos, de acordo com o livro: “Jogando para Ganhar”, de Roberto Motta, de Saul Alinsky é a arte da comunicação. Ele explica que a comunicação precisa acontecer dentro da experiência do seu público-alvo. Usar as experiências do cotidiano do seu público para desenhar seu discurso.
Saul Alinsky não prega o revolucionário violento e incendiário e sim moderação e pragmatismo. Motta frisa que Saul Alinsky rejeita a violência explicita e a política de confronto direto, estimulando a tomada do poder por meios democráticos. “Não se conquista o poder pelo confronto violento, mas operando por dentro do sistema”.
Religião.
Saul Alinsky defende a política como religião e, os revolucionários odeiam os cristãos e o cristianismo. Anatole Lunarcharsky dizia que os comunistas odiavam os cristãos e o cristianismo: “Odiamos os cristãos e o cristianismo. Mesmo os melhores entre os cristãos devem ser considerados nossos piores inimigos. Pregam o amor ao próximo e a misericórdia, que são contrários a nossos princípios. O amor cristão é um obstáculo ao desenvolvimento da revolução. Abaixo o amor ao próximo! O que queremos é o ódio […]. Somente então poderemos conquistar o universo.”
O comunismo precisa da subversão e da perversão juvenil e a quebra da base familiar para ter êxito. Crianças e adolescentes sem parâmetros familiares são alvos fáceis para professores militantes e para a mídia televisiva, assim como “Anittas” e “MCs” não sei das quantas.
O culto à personalidade tem que predominar e as vontades triviais precisam ser satisfeitas para manter o jovem submerso a vontades corporais e com baixa tolerância a frustração, para que tenham combustível para enfrentar os pais e se rebelarem. Famílias que dão pouca importância ao jantar na mesa e as missas aos domingos, tendem a viver em conflitos obtusos e profundos.
Guerra Política
O livro do autor Roberto Motta: “Jogando para Ganhar”, ressalta que, a guerra política é o resultado da colisão de visões diferentes do mundo. Quando um dos lados tem medo de enfrentar essa guerra, seu adversário pode conseguir a vitória mesmo enfrentando evidências avassaladoras contra as práticas éticas ou morais.
No livro podemos encontrar os seis princípios da guerra política de Horowitz.
1-) Política é guerra conduzida por outros meios.
2-) Política é uma guerra de posicionamento.
3-) No combate político, quem está na ofensiva geralmente vence.
4-) Uma posição é definida por medo e esperança.
5-) As armas políticas são os símbolos que evocam medo e esperança.
6-) A vitória estará com aquele que está ao lado do povo.
A política é uma guerra conduzida por outros meios, como por exemplo, não se luta apenas para ganhar uma discussão e sim para destruir a capacidade de luta do inimigo. A política acontece dentro de um contexto e, portanto, as regras não podem ser aplicadas de uma forma rígida.
Apelar para o emocional, como o medo e a esperança, é uma das principais ferramentas para vencer essa guerra. Convencer as pessoas que elas são importantes e suas necessidades serão sempre uma prioridade são primordiais para ter vantagem sobre esta guerra.
Bradar pela redução da desigualdade e pela justiça social, desperta o ímpeto de compaixão e justiça nas pessoas, as impelindo as pessoas bradarem junto com o candidato, mesmo que elas não saibam o que essas duas frases significam.
Redução da desigualdade e justiça social são frases tão fortes que até quem não é de esquerda, as usa para conseguir relevância no cenário da corrida eleitoral. Porém, estas frases de efeito são usadas para demonizar o sistema capitalista, colocando-o como desigual e injusto.
Palavras e símbolos são as melhores e mais eficazes armas que um candidato por ter. Motta esclarece ainda que, justiça social, é um termo vazio sem significado real, já que toda justiça é social.
Ativismo
O ativismo e a manipulação das massas é um dos pilares essenciais para o sucesso da esquerda. Recomenda-se que os ativistas trabalhem em uma gama de causas. Quanto mais causas, maior será sua base de apoio na população. Ativistas que agem pela pseudo-minoria é um dos alicerces para manter a população revoltada, ocupada e reativa a fatos cotidianos. Como exemplo é o assassinato de mulheres. Crime de caráter passional, ganhou o nome de feminicídio, mesmo que o companheiro não a mate por ser mulher e sim por vê-la como objeto de posse e desejo. Passional. Age com paixão. Essas causas sociais causam uma relativização dos valores morais e sociais.
Saul Alinsky recomenda que os ativistas aproveitem ao máximo a competição entre os ricos e pobres e use isso em benefício próprio para promover a causa da revolução.
As regras
Roberto Motta elencou as 13 regras propostas por Saul Alinsky:
1-) Poder não é apenas o que você possui, mas o que o inimigo pensa que você possui.
2-) Nunca atue fora da experiência da sua comunidade.
3-) Sempre que possível, atue fora da experiência do seu inimigo.
4 e 5 -) O ridículo é a arma mais poderosa; é quase impossível contra-atacar a humilhação causada pelo ridículo.
6-) Uma boa tática é uma tática que agrada a sua equipe. Se o seu grupo não está se divertindo, existe algo errado com sua tática.
7-) Uma tática que se arrasta durante muito tempo, se transforma em peso morto.
8- ) Mantenha a pressão, com diferentes táticas e ações, e utilize todos os eventos disponíveis para essa finalidade.
9-) A ameaça costuma ser mais apavorante do que a própria ação, mas apenas se todos sabem que você tem o poder e a determinação de executar o que você ameaçou fazer.
10-) Atue sempre para manter a pressão.
11-) Se a pressão for mantida por tempo suficiente, o outro lado cometerá um erro fatal.
12-) O preço de um ataque bem-sucedido é estar sempre pronto a oferecer uma solução construtiva, se o inimigo ceder.
13-) Escolha o alvo, congele seu foco nele, personalize o ataque e polarize a questão ao máximo.
George Soros: O Bilionário e sua Visão de Sociedade Aberta
Décadas após Saul Alinsky, outra figura se ergueu como financiador global de ideologias progressistas: George Soros. Diferente de Saul Alinsky, que atuava no campo das ideias e da mobilização social, Soros preferiu empregar sua imensa fortuna para impulsionar causas que, sob sua perspectiva, garantiriam uma sociedade mais “livre e aberta”. Sua influência está materializada na Open Society Foundations, organização inspirada no livro The Open Society and Its Enemies, do filósofo Karl Popper.
Soros se posiciona como um defensor da liberdade individual e dos direitos humanos, mas suas iniciativas frequentemente se entrelaçam com a desestruturação de valores tradicionais, o enfraquecimento de soberanias nacionais e o fortalecimento de agendas progressistas. O bilionário utiliza suas vastas conexões e recursos para financiar movimentos que desafiam tradições religiosas, culturais e econômicas, frequentemente impulsionando reformas que aumentam o intervencionismo estatal e restringem as liberdades daqueles que se opõem a essa visão.
A Interseção de Ideias e o Impacto na Sociedade
Embora Soros não seja uma cria direta de Saul Alinsky , suas ações refletem um desdobramento natural do pensamento radical desenvolvido nos anos 1960 e 1970. Enquanto Saul Alinsky forneceu o roteiro tático para a tomada de instituições, Soros fornece o financiamento necessário para consolidar essas mudanças em escala global.
Pesquisas recentes revelaram a extensão do alcance da Open Society Foundations, com mais de 360 organizações ao redor do mundo beneficiadas por seus recursos. O que chama a atenção é que muitos desses grupos promovem agendas que enfraquecem estados nacionais, fomentam identidades fragmentadas e desestabilizam as instituições tradicionais.
Essa interseção entre ativismo e financiamento cria uma dinâmica perigosa: enquanto os movimentos progressistas trabalham para desconstruir padrões sociais e culturais, os grandes capitalistas que os financiam garantem um ambiente mais regulado, burocratizado e centralizado. A lógica é simples: quanto maior o Estado, mais ele restringe a concorrência e favorece monopólios econômicos, beneficiando as elites financeiras que os sustentam.
O Círculo da Influência Global
A conexão entre Saul Alinsky e George Soros não é direta, mas a interligação de suas ideias e estratégias gerou um efeito cascata de profundas transformações políticas e sociais. O ativismo ideológico de Saul Alinsky preparou o terreno para que financiadores como Soros pudessem implementar suas visões de mundo em grande escala.
O resultado disso é uma sociedade cada vez mais fragmentada, onde as estruturas tradicionais são postas em xeque, e onde a concentração de poder não está mais nas mãos de governos eleitos democraticamente, mas nas fundações bilionárias que ditam as agendas globais. O desafio que se impõe é entender até que ponto essas influências estão remodelando a democracia e se essa suposta “sociedade aberta” é realmente um avanço ou uma nova forma de controle.
Bibliografia:
– “Regra para Radicais: um guia pragmático para radicais realistas” (Em espanhol). Autor: Saul Alinsky.
– “Saul Alinsky e a Anatomia do mal”. Autores: André Assi Barreto e Márcio Scansani
– “Os EUA e o Partido das Sombras”. Autores: Paulo Henrique Araújo e Ivan Kleber Fonseca.
– “Jogando para ganhar. Teoria e prática da Guerra Política”. Autor: Roberto Motta.
– “O Livro Negro do Comunismo”
-“Regra para Radicais: um guia pragmático para radicais realistas”. Autor: Saul Alinky
– “A Escola de Frankfurt”. Autor: Rolf Wiggershaus
– “Cadernos do Cárcere”. Autor: Antônio Gramsci
– “Concepção Dialética da história”. Autor: Antônio Gramsci
-“O Manifesto do Partido Comunista”. Autor: Karl Marx , F. Engels.