6- Caso Yuri: mãe denuncia sequestro internacional
Caso Yuri: A criança foi sequestrada nos Estados Unidos, aos 12 anos, pelo pai e trazido para o Brasil.

Caso Yuri – O drama de Stefani, mãe do menino Yuri, de 12 anos, tem mobilizado vozes dentro e fora do Brasil. Moradora de Filadélfia, nos Estados Unidos, ela acusa o ex-companheiro, Ademir Portilho de Magalhães, de ter sequestrado o filho no dia 28 de julho de 2025 e o levado ao Brasil de forma ilegal. O caso, que envolve histórico de violência doméstica, perseguição psicológica e ameaças de morte, revela falhas graves na cooperação jurídica internacional e expõe a vulnerabilidade de mães em disputas de guarda transnacionais.
“Meu filho foi arrancado de mim. Eu preciso ligar 20 vezes ao dia para tentar ouvir a voz dele. Isso não é vida para uma mãe nem para uma criança”, desabafa Stefani.
Caso Yuri: Violência doméstica e histórico de ameaças
Stefani viveu por 15 anos de relacionamento um ciclo de tentativas de separação e episódios de violência. Ao decidir romper definitivamente em 2022, passou a sofrer intimidações constantes. “Ele mandava homens na porta da minha casa, tirava fotos do carro que eu usava e me mandava mensagens dizendo que eu estava sendo vigiada”, relata.
Nos Estados Unidos, a violência doméstica é tratada com rigor. Stefani procurou a corte de família na Filadélfia e conseguiu uma tutela de urgência garantindo sua custódia sobre Yuri. Porém, segundo ela, o ex-marido usava o filho como “ponte de acesso” para manter controle e perseguição.
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Caso Yuri – O sequestro internacional: da Disney a Belo Horizonte
No dia 19 de junho de 2025, Yuri viajou para Boston para passar férias com o pai. Stefani acreditava que seria um período temporário. Mas, no fim de julho, recebeu a notícia que mudaria sua vida: o filho havia sido levado ao Brasil sem sua autorização.
Segundo o relato, o pai teria convencido Yuri a pegar o passaporte escondido sob o pretexto de que iriam comemorar seu aniversário na Disney. Poucos dias depois, Stefani descobriu que o menino já estava em Belo Horizonte.
“Eu desmaiei quando soube. Nunca imaginei a monstruosidade de usar o próprio filho para arquitetar uma fraude dessas”, lembra.
Alienação parental e restrição de contato
Desde então, Stefani enfrenta barreiras para se comunicar com o filho. Ela afirma que precisa insistir dezenas de vezes por telefone e que as conversas são monitoradas. “Meu filho fala olhando para alguém ao lado, com medo. Não tenho liberdade para perguntar nada diretamente”, diz.
Ela denuncia ainda alienação parental, com Yuri sendo pressionado a repetir versões contrárias às evidências — como a falsa entrega do passaporte. O menino também teria sido levado até uma delegacia, onde afirmou sob supervisão do pai que a mãe havia autorizado a viagem.
A batalha judicial entre EUA e Brasil
Nos Estados Unidos, a corte já reconheceu o caso como sequestro internacional e determinou a devolução imediata da criança. Entretanto, como Yuri se encontra em território brasileiro, a decisão depende de cooperação via Convenção de Haia sobre Sequestro Internacional de Crianças, tratado do qual o Brasil é signatário.
O processo corre em Minas Gerais, mas está parado há quase 20 dias no Ministério Público, aguardando parecer. Stefani entrou com liminar pedindo que o filho fique sob custódia do avô materno até a repatriação definitiva. “Tudo já está documentado: áudios, prints, cartas de professores e médicos do Yuri nos Estados Unidos. Mesmo assim, nada anda”, lamenta.
A influência familiar e as dificuldades em Minas Gerais
Um dos pontos mais delicados é a influência da família Portilho de Magalhães em Belo Horizonte, onde Ademir se encontra. Stefani afirma que a notoriedade local tem dificultado a responsabilização: “As pessoas são cheias de dedos com ele. Já ouvi da família que a decisão americana ‘não vale nada no Brasil’”.
Ela também relata ameaças diretas: “Recebi áudios da família dele dizendo para não voltar, porque se eu voltasse ele me mataria. Eu preciso estar viva pelos meus filhos”.
O impacto humano: um aniversário sem comemoração
O sequestro aconteceu justamente no período em que Yuri completaria 12 anos. Stefani havia preparado uma festa em Filadélfia, mas passou o dia em lágrimas. Conseguiu falar com o filho apenas por cinco minutos. “Foi o pior aniversário da minha vida. Vi a tristeza no rosto dele. Não desejo isso a nenhuma mãe”, diz.
A irmã mais nova de Yuri também sofre. “A porta do quarto dele vive fechada. A casa está vazia, falta alguém. O vazio é insuportável”, conta Stefani
Repercussão e pedidos de ajuda
O caso repercutiu nos Estados Unidos, recebendo apoio de professores e médicos que acompanhavam Yuri. Cartas foram anexadas ao processo em Minas Gerais como prova de sua vida estável antes do sequestro.
Agora, a mãe pede mobilização política. Ela apela a deputados e senadores de Minas Gerais, como Nicolas Ferreira, Emidinho Madeira, Carlos Viana e Cleitinho, para pressionarem pela devolução do menino.
“Nos Estados Unidos, a corte me acolheu e disse: ‘Seu filho vai voltar’. Eu quero sentir o mesmo do meu país, o Brasil. Não posso ser mais uma estatística de mulher morta por ex-companheiro”, declara.
Convenção de Haia e a urgência de cumprimento
Especialistas em direito internacional lembram que, como signatário da Convenção de Haia, o Brasil tem obrigação legal de devolver crianças levadas ilicitamente de seu país de residência habitual. O descumprimento fragiliza a credibilidade internacional do país e prolonga traumas psicológicos irreparáveis.
Enquanto a decisão não é executada, Yuri permanece no Brasil em situação de incerteza, longe da rotina escolar, médica e familiar que tinha nos EUA.
Um apelo final
Stefani conclui sua fala em tom de súplica:
“Dependo 100% da justiça brasileira para ter meu filho de volta. Eu preciso que olhem para mim e para tantas outras mães com empatia. Meu filho não pode ser tratado como troféu em uma guerra de egos. Ele é uma criança que merece proteção, não perseguição.”

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