22- Transtorno de Personalidade Borderline e o Crime Passional
Transtorno de Personalidade Borderline e o Crime Passional - é caracterizado por uma instabilidade profunda nas relações interpessoais, na autoimagem e na afetividade, acompanhada de impulsividade intensa e dificuldade em regular emoções

Transtorno de Personalidade Boderline – Há crimes que chocam pela brutalidade e há outros que intrigam pela complexidade emocional. Os crimes passionais, historicamente marcados por sentimentos extremos e comportamentos impulsivos, frequentemente causam curiosidade e muitas perguntas sobre a natureza humana. Entre os diagnósticos psiquiátricos mais discutidos nesses contextos, o transtorno de personalidade borderline ocupa um papel central, revelando como a instabilidade emocional pode, em certos casos, ser o combustível de tragédias.
O Que é o Transtorno de Personalidade Borderline
O transtorno de personalidade borderline (TPB) é caracterizado por uma instabilidade profunda nas relações interpessoais, na autoimagem e na afetividade, acompanhada de impulsividade intensa e dificuldade em regular emoções. Essa condição surge, em geral, no início da vida adulta e se manifesta em diferentes contextos, interferindo diretamente na forma como o indivíduo percebe o mundo e se relaciona com ele.
A prevalência do TPB na população geral é estimada entre 1% e 3%, mas essa taxa pode ser significativamente maior em contextos clínicos, atingindo cerca de 20% em pacientes psiquiátricos internados [1]. Em populações carcerárias, a presença do TPB é ainda mais acentuada, variando de 25% a 50% dos indivíduos encarcerados, com mulheres apresentando uma prevalência ligeiramente superior (27,4% contra 18,8% em homens) [2].
Pessoas com esse transtorno vivem em constante conflito entre o medo de serem abandonadas e o desejo intenso de conexão. O resultado é uma montanha-russa emocional, na qual o amor e o ódio se alternam em poucos instantes. Pequenos gestos — um atraso, uma mudança de planos, uma resposta fria — podem ser interpretados como rejeição ou desprezo, desencadeando crises emocionais intensas.
Para quem observa de fora, pode parecer exagero, mas para quem vive o transtorno, é uma dor real, avassaladora e desorganizadora. O borderline não apenas sente — ele sofre cada emoção em um grau que ultrapassa a razão.
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Um Cérebro em Desequilíbrio
A neurociência tem fornecido informações cruciais sobre as bases biológicas do TPB, mostrando alterações estruturais e funcionais em diversas regiões cerebrais que contribuem para a sintomatologia do transtorno. Compreender essas disfunções é fundamental para entender a predisposição a comportamentos impulsivos e agressivos [3].
Amígdala: O Centro do Medo Hiperativo
A amígdala, uma estrutura cerebral fundamental para o processamento do medo e da agressão, tende a ser visivelmente menor e hiperativa em indivíduos com TPB. Essa hipersensibilidade significa que as pessoas com o transtorno experimentam emoções com uma intensidade muito maior do que a população em geral, e o tempo necessário para que essas emoções se dissipem é consideravelmente mais longo. A amígdala hiperativa contribui para a reatividade emocional e a dificuldade em regular as respostas a estímulos estressores [3].
Hipocampo: A Memória e a Percepção Distorcida
O hipocampo, essencial para a memória e a regulação emocional, encontra-se em um estado de hiper-excitação contínua no TPB. Essa disfunção leva a uma interpretação equivocada de ameaças, transmitindo mensagens distorcidas para a amígdala. Consequentemente, indivíduos com TPB tendem a perceber o mundo e as interações sociais como mais ameaçadores do que realmente são, o que pode alimentar a desconfiança e a reatividade em seus relacionamentos [3].
Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HPA): O Estresse Crônico
O eixo HPA, responsável pela regulação do estresse, apresenta uma desregulação significativa no TPB, resultando em níveis anormais de cortisol. O cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, quando produzido em excesso de forma crônica, pode ter efeitos corrosivos sobre estruturas cerebrais importantes, como a amígdala e o hipocampo. Essa sobrecarga de estresse compromete a resiliência e as habilidades de enfrentamento, tornando os indivíduos com TPB mais vulneráveis a colapsos emocionais [3].
Córtex Pré-frontal: A Razão Adormecida
O córtex pré-frontal, a área do cérebro responsável pela razão, racionalidade, tomada de decisão e controle dos impulsos, é frequentemente inativo e ineficiente em pessoas com TPB. Essa hipoatividade resulta em uma capacidade reduzida de inibir respostas emocionais primárias e impulsivas, explicando em parte a impulsividade característica do transtorno. A dificuldade em modular as emoções e em planejar ações de forma racional pode levar a comportamentos precipitados e, em casos extremos, violentos [3].
Neurotransmissores e a Química da Instabilidade
Além das alterações estruturais e funcionais, o TPB também está associado a desequilíbrios em neurotransmissores chave. A redução na síntese de serotonina em regiões cerebrais como os giros frontal medial, cingulado anterior e temporal superior, e no corpo estriado, é um achado comum. A serotonina desempenha um papel crucial na regulação do humor, da impulsividade e da agressão. Alterações na sinalização de GABA (ácido gama-aminobutírico), um neurotransmissor inibitório, e no glutamato, um neurotransmissor excitatório, também contribuem para a desregulação emocional e a reatividade observadas no TPB [4].
A Interação entre Genética e Trauma
Embora a herdabilidade do TPB seja estimada entre 40% e 60%, um dado alarmante é que aproximadamente 70% dos indivíduos com o transtorno relatam ter sofrido algum tipo de trauma na infância, como abuso sexual, físico ou emocional [3].
Essa estatística levanta a questão fundamental: as anormalidades cerebrais são a causa do TPB ou uma consequência do trauma? A evidência sugere uma interação complexa. O estresse crônico e o trauma precoce podem levar a níveis elevados de cortisol, que, por sua vez, podem corroer as estruturas cerebrais mencionadas, criando um ciclo vicioso de vulnerabilidade biológica e psicológica. O cérebro, nesse sentido, reflete as cicatrizes de experiências adversas, tornando-se um espelho da vida [3].
A Rejeição e o Medo do Abandono
Uma das características mais marcantes do transtorno é a hipersensibilidade à rejeição. Muitas vezes, o simples receio de ser abandonado é suficiente para provocar desespero e reações extremas. Essa percepção — que nem sempre corresponde à realidade — pode alterar drasticamente o comportamento e a cognição do indivíduo.
Por exemplo, o cancelamento de um encontro pode ser interpretado como um ato de rejeição total, um sinal de que o outro “não quer mais estar por perto”. Essa distorção cognitiva cria uma sensação de perigo emocional que ativa o medo do abandono, levando a reações desproporcionais — de choros intensos a acessos de raiva, automutilação ou até ameaças de suicídio.
Esses episódios mostram o quanto o borderline não reage ao fato em si, mas à percepção emocional dele. A razão é engolida pelo turbilhão emocional.
O Crime Passional
O crime passional, frequentemente associado a atos de violência extrema motivados por ciúme, raiva ou desespero em relacionamentos íntimos, representa um dos desfechos mais trágicos da desregulação emocional. Embora o termo “passional” possa evocar uma imagem romântica, a realidade é que esses crimes são atos de violência que resultam da perda de controle emocional e da incapacidade de lidar com sentimentos intensos de forma construtiva [5].
A principal diferença entre o crime passional e um crime cometido por um psicótico está no nível de consciência. O borderline, mesmo em crise, sabe o que está fazendo. O problema não é a perda da razão, mas a perda da importância das consequências.
Durante um colapso emocional, o indivíduo borderline não perde a noção do certo e errado — ele simplesmente deixa de se importar. O sofrimento é tão intenso que a única saída parece ser eliminar a fonte da dor, seja o parceiro, o rival ou até a si mesmo.
Esse estado mental explica por que muitos crimes passionais não envolvem planejamento, mas sim impulsos súbitos e desproporcionais.
A Psicologia do Crime Passional
Na perspectiva da psicologia jurídica, o crime passional é caracterizado pela ação sob forte emoção, onde o indivíduo perde o domínio de suas ações. Não há, necessariamente, um prejuízo nas dimensões neuropsicológica e epistemológica da consciência, mas sim uma incapacidade de modular a resposta emocional. O ciúme patológico, a sensação de traição e o medo do abandono são gatilhos poderosos que podem levar a comportamentos inconsequentes e violentos [6].
Estudos com infratores presos por crimes passionais revelam um alto índice de instabilidade emocional, tendência a agir impulsivamente, grandes variações de humor e dificuldades em controlar sentimentos negativos. A baixa tolerância a frustrações e a percepção de injustiça pessoal são fatores que contribuem para a escalada da violência [7].
A Conexão entre TPB e Crime Passional
A sobreposição entre as características do TPB e os fatores que levam ao crime passional é notável. A impulsividade, a desregulação emocional, a raiva intensa e o medo do abandono, que são sintomas centrais do TPB, são também elementos frequentemente presentes em crimes passionais. A população carcerária, onde o TPB é super-representado, demonstra essa correlação de forma contundente [2].
Indivíduos com TPB, devido às suas alterações neurobiológicas, são particularmente vulneráveis a uma “cascata neurobiológica” que pode culminar em atos violentos. A percepção de abandono ou traição (gatilho ambiental) pode ativar a amígdala hiperativa, que interpreta a situação como uma ameaça extrema. A falha do córtex pré-frontal em inibir essa resposta leva a uma explosão emocional e a uma ação impulsiva, onde o crime passional pode ser visto, de forma distorcida, como uma “solução” imediata para a dor emocional insuportável [3].
Agressão Externalizada no TPB
Embora o TPB seja classicamente associado a comportamentos de autolesão, a agressão externalizada, incluindo a violência contra parceiros íntimos, agressões não-íntimas e criminalidade, é um aspecto igualmente relevante e, por vezes, subestimado. Estudos indicam que o TPB está associado a diversas formas de violência, tanto em perpetradores masculinos quanto femininos [8].
Em casos de violência contra parceiros, o TPB correlaciona-se com o grau de abusividade. A violência reativa, impulsionada por emoções intensas e descontrole, é particularmente associada ao TPB. Em situações extremas, como o familicídio (homicídio do parceiro e filhos), perpetradores frequentemente exibem características de TPB, utilizando violência excessiva e, em muitos casos, cometendo suicídio após o ato [8].
A criminalidade em geral, especialmente entre mulheres encarceradas, também apresenta uma forte ligação com o TPB, com crimes frequentemente impulsivos e violentos. Curiosamente, até mesmo o assassinato em série, uma forma de agressão aparentemente aleatória, tem sido associado a subtipos de TPB, sugerindo que a desregulação emocional e o trauma podem desempenhar um papel em comportamentos violentos de longo alcance [8].
A Necessidade do Outro
Indivíduos com transtorno de personalidade borderline costumam apresentar uma dependência emocional intensa, sentindo-se incapazes de existir sem a presença do outro. O parceiro, amigo ou familiar torna-se uma âncora existencial.
Essa necessidade de manter alguém por perto — a qualquer custo — é reflexo de uma autoimagem frágil e instável. O borderline frequentemente não sabe quem é quando está sozinho. Sua identidade parece se dissolver sem a presença de alguém que o valide.
Essa busca incessante por pertencimento e segurança emocional pode gerar comportamentos possessivos e controladores, resultando em relações conflituosas, marcadas por ciúmes, acusações, chantagens emocionais e, em casos extremos, violência.
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A Impulsividade e o Descontrole Emocional
A impulsividade é outro traço definidor do transtorno. Pessoas com TPB agem sem pensar nas consequências, especialmente quando estão sob forte estresse emocional.
Essa impulsividade pode se manifestar de várias formas: gastos excessivos, abuso de substâncias, compulsão alimentar, comportamentos sexuais de risco, direção imprudente ou atitudes autodestrutivas. Em contextos de conflito amoroso, essa impulsividade pode se traduzir em atos agressivos, ameaças, automutilação e até crimes passionais.
Quando a emoção domina, o borderline perde temporariamente a capacidade de controlar seus impulsos. O que para outros seria uma discussão, para ele pode se transformar em uma tragédia.
Critérios Diagnósticos e Diferenças com Outros Transtornos
Segundo o DSM-5, manual diagnóstico da psiquiatria, o transtorno de personalidade borderline é identificado por pelo menos cinco de nove critérios, entre eles:
- esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginário;
- relacionamentos intensos e instáveis;
- perturbação da identidade;
- impulsividade em áreas potencialmente autodestrutivas;
- comportamentos suicidas ou automutilação;
- instabilidade afetiva;
- sentimentos crônicos de vazio;
- raiva intensa ou dificuldade em controlar a raiva;
- episódios de paranoia transitória ou dissociação sob estresse.
É comum confundir o TPB com transtorno bipolar, já que ambos envolvem oscilações de humor. Contudo, enquanto o bipolarismo alterna entre fases mais longas de mania e depressão, o borderline muda de humor em questão de horas — um padrão reativo e dependente das relações interpessoais.
A Raiva e a Agressividade no Borderline
A raiva no borderline é intensa e muitas vezes sem proporção com o evento que a desencadeia. Um comentário mal interpretado pode se tornar motivo de uma explosão de fúria. Essa raiva não surge apenas como defesa, mas como expressão de uma dor interna acumulada.
Em alguns casos, essas crises de raiva se transformam em comportamentos violentos — agressões físicas, destruição de objetos, ameaças e até crimes. A impulsividade, somada à incapacidade momentânea de avaliar as consequências, torna o cenário perigoso, tanto para o próprio indivíduo quanto para quem o cerca.
Entre a Psicose e a Neurose
O termo “borderline” significa literalmente “na borda/fronteira”. Ele descreve uma condição que transita entre a neurose e a psicose — ou seja, entre a consciência da realidade e a perda momentânea dela.
Durante episódios de estresse, o paciente pode apresentar sintomas dissociativos ou até alucinações transitórias, semelhantes a um surto psicótico. Porém, ao contrário da esquizofrenia, esses sintomas são passageiros e relacionados a eventos específicos.
Em um momento de rejeição ou abandono, por exemplo, o borderline pode “sair da realidade”, agindo de maneira irracional, violenta ou autodestrutiva. É nesse ponto que muitos crimes passionais encontram terreno fértil.
Histórico de Trauma e Fatores de Risco
Grande parte dos pacientes com transtorno de personalidade borderline tem um histórico de traumas na infância. Abuso físico, sexual, negligência emocional e perdas precoces são comuns.
Essas experiências moldam uma visão de mundo marcada pela desconfiança e pela insegurança. O abandono na infância é, para o adulto borderline, um fantasma que retorna em cada relacionamento, reacendendo o medo de ser deixado novamente.
Estudos indicam que entre 20% e 30% dos homens em contextos carcerários apresentam traços de personalidade borderline. Entre as mulheres, o índice varia entre 15% e 25%. Esse dado reforça a relação entre o transtorno e comportamentos impulsivos ou agressivos, embora nem todos os indivíduos com TPB cometam crimes.
Borderline e Crime Passional
O crime passional é aquele cometido sob intensa emoção, geralmente relacionada a ciúmes, rejeição ou término de relacionamento. É o tipo de crime em que a razão é sufocada por um turbilhão afetivo.
Quando uma pessoa com transtorno borderline vive um rompimento amoroso, a sensação de abandono pode ser devastadora. Em segundos, o amor idealizado se transforma em ódio e desespero. O parceiro — antes visto como o centro da própria existência — passa a ser percebido como o inimigo responsável por toda a dor.
Essa alternância entre idealização e desvalorização é uma das chaves para compreender o vínculo entre o TPB e o crime passional. O mesmo amor que motivava a vida torna-se o gatilho para a destruição.
O Assassinato dos Próprios Filhos
Em 1994, o Brasil foi abalado pelo caso de Daniela Macedo, uma jovem de 23 anos que matou os próprios filhos após o término de um relacionamento. O namorado, incomodado com o fato de ela ter duas crianças de outro casamento, decidiu terminar o namoro por carta — o que, para Daniela, foi interpretado como rejeição total.
Em um ato impulsivo e devastador, ela empurrou o carro para o rio com os filhos no banco de trás. No último momento, saltou do veículo, deixando as crianças se afogarem.
O crime chocou pela brutalidade e pela motivação emocional. Daniela confessou o ato dias depois, alegando que queria eliminar o “empecilho” que a separava do namorado, acreditando que assim ele voltaria para ela.
Sua história revelou um histórico de abusos, abandono e tentativas de suicídio — um retrato fiel dos fatores associados ao transtorno borderline.
Entre o Amor e o Ódio
No transtorno borderline, o amor é absoluto — e o ódio também. É comum observar uma alternância constante entre idealização e desprezo. O parceiro pode ser visto, em um momento, como a “razão da vida”, e no instante seguinte, como “o pior erro de todos”.
Essa oscilação é resultado da instabilidade emocional que define o transtorno. A incapacidade de lidar com frustrações e rejeições transforma o amor em uma bomba-relógio. O que começa como paixão intensa pode terminar em tragédia.
A Questão da Responsabilidade Penal
Quando um crime é cometido por uma pessoa diagnosticada com transtorno de personalidade borderline, surge uma questão delicada: até que ponto ela é responsável por seus atos?
Do ponto de vista jurídico, o borderline não é considerado inimputável, pois mantém o discernimento do caráter ilícito de suas ações. Ele entende o que faz — apenas não consegue controlar a intensidade de suas emoções ou medir as consequências.
Por isso, a passionalidade não exclui a culpa. Pode, em alguns casos, servir como atenuante, dependendo da avaliação psiquiátrica e das circunstâncias, mas não isenta o autor do crime de responsabilidade penal.
O Borderline e o Ciclo da Autodestruição
Outro ponto importante é que o borderline raramente destrói apenas o outro — ele também destrói a si mesmo. Após um ato impulsivo, é comum que surjam sentimentos de culpa, vergonha e desespero. Muitos entram em colapso emocional, tentam suicídio ou se entregam às autoridades.
Essa autodestruição é reflexo da instabilidade interna: o mesmo impulso que o leva à agressão o leva ao arrependimento.
Quando o Crime é Um Pedido de Socorro
Em muitos casos, o crime passional cometido por pessoas com transtorno borderline não nasce do ódio, mas de um desejo desesperado de não serem deixadas. O gesto extremo é, paradoxalmente, uma tentativa de manter o vínculo: “Se não for meu, não será de mais ninguém.”
Esse pensamento revela a fusão entre amor e possessividade, típica do transtorno. É a incapacidade de aceitar a autonomia do outro, de compreender que o amor pode existir sem controle.
Referências
[1] VTM Neurodiagnóstico. Transtorno da Personalidade Borderline e o Cérebro: Tratamentos Inovadores. Disponível em: https://vtmneurodiagnostico.com.br/2020/07/22/transtorno-da-personalidade-borderline-e-o-cerebro-tratamentos-inovadores/ [2] Sansone, R. A., & Sansone, L. A. (2016). Criminal Behavior and Borderline Personality: Correlations, Explanations, and Treatment. Innovations in Clinical Neuroscience, 13(9-10), 46–50. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5022984/ [3] VTM Neurodiagnóstico. Transtorno da Personalidade Borderline e o Cérebro: Tratamentos Inovadores. Disponível em: https://vtmneurodiagnostico.com.br/2020/07/22/transtorno-da-personalidade-borderline-e-o-cerebro-tratamentos-inovadores/ [4] Comportese. A neurobiologia do Transtorno de Personalidade Borderline. Disponível em: https://comportese.com/2018/01/27/neurobiologia-do-transtorno-de-personalidade-borderline-uma-ponte-para-analise-comportamental/ [5] Periodicos Unoesc. SE ELA NÃO FOR MINHA, NÃO SERÁ DE MAIS NINGUÉM: ASPECTOS EMOCIONAIS LIGADOS AO CRIME PASSIONAL. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/acbs/article/view/9997/pdf [6] Polícia Civil de Goiás. Crime Passional: Uma abordagem da psicologia jurídica e da psiquiatria forense. Disponível em: https://www.policiacivil.go.gov.br/artigos/crime-passional-uma-abordagem-da-psicologia-juridica-e-da-psiquiatria-forense/ [7] SciELO Brasil. O crime passional na perspectiva de infratores presos: um estudo qualitativo. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/scrRMqWZqqjvPZzzKZ9DDvL/?lang=pt&format=html [8] Sansone, R. A., & Sansone, L. A. (2012). Borderline Personality and Externalized Aggression. Innovations in Clinical Neuroscience, 9(3), 23–26. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC3342993/borderline, crime passional, transtorno de personalidade, impulsividade, psicologia criminal, psiquiatria forense, amor e ódio, ciúme, emoção, comportamento violento, ranstorno de personalidade borderline e crime passional, borderline e violência nos relacionamentos, impulsividade emocional e crimes passionais, estudo de caso Daniela Macedo borderline, borderline e responsabilidade penal, psicologia do crime passional, perfil psicológico de crimes passionais
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