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1. Caso Adam: Mãe Brasileira Denuncia Sequestro Internacional e Omissão do Governo

Adam: O drama da brasileira Karin Aranha escancara as falhas do sistema diplomático e judiciário brasileiro em casos de sequestro internacional de crianças.

Adam: O drama da brasileira Karin Aranha escancara as falhas do sistema diplomático e judiciário brasileiro em casos de sequestro internacional de crianças. Há quase três anos, Karin vive em situação forçada no Egito, onde tenta reaver a guarda do filho Adam, levado ilegalmente para o país pelo pai, em setembro de 2022, sem qualquer autorização legal. Desde então, ela vive uma batalha emocional, jurídica e diplomática — muitas vezes, sozinha e ignorada pelo próprio país.

Uma Viagem para Trabalhar, Um Golpe Irreversível

O caso começou durante a pandemia. Karin perdeu o emprego e aceitou uma oportunidade para trabalhar em Londres. O pai de Adam, seu então companheiro, ficou no Brasil com o filho temporariamente. Ela enviava dinheiro constantemente, tudo documentado em processos. Ao retornar, em setembro de 2022, foi surpreendida: a casa estava vazia, documentos roubados, contas bancárias esvaziadas. Adam havia desaparecido.

Poucos dias depois, ela recebeu uma mensagem do pai de Adam: ele estava com o menino no Egito — e não voltaria.

Sequestro Internacional Reconhecido pela Justiça

O caso foi classificado juridicamente como sequestro internacional, com base nos acordos internacionais de proteção à infância. Em dezembro de 2022, ainda durante o governo Bolsonaro, foi determinada oficialmente a volta imediata de Adam ao Brasil. Porém, com a troca de governo, o processo parou. Desde então, nenhuma autoridade federal conseguiu garantir o cumprimento da decisão judicial.

Karin segue lutando com recursos próprios, ajuda de seguidores e o apoio de poucos parlamentares, como o deputado Carlos Jordy e a senadora Mara Gabrilli. Mesmo com decisões favoráveis no Brasil e mandado de prisão expedido contra o pai de Adam, o menino permanece em território egípcio, com a custódia provisória entregue à avó paterna — que, segundo Karin, atua como cúmplice.

Omissão Grave do Governo Lula

Durante toda a entrevista, Karin denuncia a omissão do Itamaraty, da Polícia Federal e do Ministério dos Direitos Humanos do Governo Lula, que, segundo ela, falham em ações básicas como:

  • Fiscalização de fronteiras (Adam saiu por via terrestre, sem autorização);

  • Pressão diplomática junto ao Egito;

  • Acompanhamento efetivo do caso;

  • Assistência jurídica e psicológica.

Ela relata que a Polícia Federal falhou em impedi-lo de sair do país, mesmo sem documentos legais. Já a embaixada brasileira no Egito, segundo Karin, agiu com frieza e até desprezo: em uma das audiências, após ela desmaiar por ansiedade, ouviu do embaixador “levanta daí, para de encenação”.

O Drama Judicial no Egito

Desde que se mudou para o Egito, Karin já passou por várias audiências, sem tradução oficial paga pelo Brasil. Em uma delas, perdeu a primeira instância da guarda por conta de uma foto em que bebia água com gás em Londres, interpretada erroneamente pela Justiça egípcia como violação da cultura local.

Além disso, ela denuncia que um dos juízes do tribunal egípcio é amigo da família do pai de Adam, levantando suspeitas de parcialidade.

Karin afirma estar exausta e emocionalmente desgastada. Sua permanência no Egito é precária, sustentada por doações e trabalho informal, sem direito a residência oficial permanente.

Um Caso Entre Muitos: Mães de “Sharia” e Mães da “Haia”

Karin alerta que não é a única brasileira vivendo esse pesadelo. Existem dezenas de outras mães que perderam seus filhos para pais residentes em países islâmicos com base em interpretações culturais ou jurídicas abusivas, sob leis chamadas de “sharia” — sem respaldo internacional com o Brasil.

Ela também menciona as chamadas “mães da Haia”, mulheres que retornam ao Brasil por fuga de violência, e depois são forçadas a devolver os filhos ao país estrangeiro, mesmo em contextos abusivos.

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Falta de Empatia e Prioridade

Durante a entrevista, Karin é firme ao afirmar:

“Se o Adam fosse filho de um deputado, de um juiz, de um embaixador, ele já teria voltado. Mas como é filho de uma mulher comum, ele foi esquecido.”

Ela também aponta que diversas autoridades já foram acionadas — incluindo a ministra dos Direitos Humanos, Aparecida Gonçalves (Macaé), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e até a primeira-dama Janja Lula da Silva. Nenhum deles trouxe solução prática até o momento.

Um Apelo Final ao Brasil

Karin finaliza com um apelo direto ao presidente Lula e ao Itamaraty:

“O Adam é cidadão brasileiro. Ele nunca poderia ter saído do país. Ele foi sequestrado. Não me venham com limites institucionais. Façam alguma coisa.”

Justiça e Retorno: Uma Luta de Mãe

Após quase três anos sem contato com o filho, Karin segue firme, mesmo esgotada. Seu único objetivo é voltar a ser mãe do filho que gerou e criou com amor. Ela espera, ao menos, que sua história ajude a evitar novas tragédias familiares e provoque mudanças reais nas ações do governo brasileiro.

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